Mostrando postagens com marcador Libras - Lingua de Sinais no Brasil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Libras - Lingua de Sinais no Brasil. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Síntese Portfólio


IVO VIU A UVA. Quem de nós educadores já não viu e ouviu essa frase e não sabe de sua representatividade. A partir dela, professores alfabetizaram gerações e gerações e muitos ainda continuam alfabetizando seus alunos usando métodos não muito diferentes e até mesmo cartilhas, dissimuladas através de novas nomenclaturas. Parece que na educação as coisas andam de vagar, não acompanham o ritmo frenético das mudanças que ocorrem através de um mundo globalizado onde as notícias e as informações ocorrem quase que instantaneamente.
Precisou surgir um estudioso como Paulo Freire, cuja sensibilidade permitiu perceber quão distante do interesse de jovens e adultos que chegavam à escola após um longo dia de trabalho ou sem trabalho, estavam os jargões instituídos nessas cartilhas e através de “temas geradores” inovou a alfabetização no Brasil e também em outros países. E com isso, oportunizou que outros estudiosos prosseguissem a discutir sobre tão apaixonante tema, ensinar homens e mulheres a descobrir um mundo novo que lhe permita a simples liberdade de ir e vir e de sonhar com a possibilidade de uma melhor condição de vida para si e para aqueles a quem amam.
OLIVEIRA, 1999, no texto “Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento” aponta que a EJA é constituída por um público diferenciado por vários motivos, entre eles, por ser formado por jovens e adultos, isto é, “por não crianças” e, que diferentemente da criança, trazem consigo uma experiência longa e complexa estabelecida nas relações de trabalho e também uma maior reflexão sobre o conhecimento e o processo de aprendizagem que deveriam contribuir para o seu sucesso escolar.
No entanto, também são pessoas analfabetas ou com histórico de fracasso escolar e que em virtude desses fatores apresentam sentimento de baixa estima, associada ao cansaço e a condição socioeconômica que não lhes permite investir em sua formação, acrescidas pelo sentimento de vergonha de freqüentar tardiamente a escola. Esses fatores provocam o alto índice de evasão escolar nessa modalidade.
Também os currículos, programas e métodos de ensino são pensados para crianças e jovens com uma trajetória de vida escolar regular o que pode ocasionar situações bastante inadequadas de aprendizagens que contribuem também para o alto índice de evasão escolar dos alunos de EJA que voltam tardiamente à escola para se alfabetizar ou complementar seus estudos que por um motivo ou outro foram interrompidos.
O professor de EJA deve compreender toda a complexidade desse quadro e criar situações pedagógicas que satisfaçam suas necessidades de aprendizagem, pois quanto maior for à experiência e domínio dos códigos de leitura e de escrita, maiores serão suas chances de manterem-se atualizados e revigorados física e psicologicamente. Do bem estar físico e psicológico desses indivíduos e da aproximação de uma prática pedagógica que utiliza a linguagem dos mesmos dependerá o sucesso do ensino-aprendizagem.
Depois dessa reflexão eu diria que “O PROFESSOR IVO, NÃO VIU A UVA”, isto é, não percebeu a riqueza de significados e significações contidas nessa pequena frase e perdeu a oportunidade de através dela construir conhecimento junto com seus alunos, ao invés de fazê-los repeti-la incessantemente sem sentido e sem nexo, isolada, fora do texto e do contexto.
Falar de plantio e colheita da uva é totalmente compreensível para um adulto que sabe da importância e da necessidade do trabalho para o seu sustento e da família, mas não podemos esquecer que a EJA também atende uma faixa intermediária de jovens adolescentes, entre 15 e 18 anos que muitas vezes ainda não trabalham, usam gírias ou até mesmo já estão inseridos no mundo da drogadição. E a eles também o professor tem que encantar.
Como falar de uva para nossos pequeninos que vem para escola, diferentemente de alunos adultos cansados ou frustrados, cheios de energia e vontade de aprender da maneira que mais gostam, através da brincadeira. E, mais como falar de uva e encantar alunos surdos. A Língua de Sinas – LIBRA- tem seus ritmos, sabores, nuances e sons que não são perceptíveis aos nossos ouvidos, além do mais são em minoria que pertencem uma comunidade própria, mas que também estão inseridos na vida e na comunidade dos ouvintes.
Toda essa analogia significa que o professor precisa identificar e conhecer o seu aluno quer seja de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio ou de EJA ou com Necessidades Educacionais Especiais para que através do uso de uma linguagem que seja de seu entendimento e vá de encontro aos seus interesses e necessidades planejar suas aulas de forma a aliar o “para quê” ao “como” com o intuito de atingir os objetivos a que se propõe a escola como instituição balizada para oferecer ao aluno uma educação inclusiva e de qualidade.
A perspectiva de um currículo mais flexível não necessariamente significa a solução. Corre-se o perigo de reforçar, sem intenção, a uniformização que contradiz a realidade da diversidade. Mas, então, como não entrarmos nesse engodo?
Atualmente no PEAD construímos e somos instigadas a construir com nossos alunos Projetos de Aprendizagem. Com eles nos abrimos à possibilidade da utilização de ferramentas tecnológicas, entre elas, a Internet, fonte de pesquisa e informação que devemos usar a nosso favor. Esses projetos partem de assuntos de interesse do aluno e são construídos de forma colaborativa e de autoria própria e dá abertura a novos questionamentos e possibilita a formação de indivíduos "pensantes", críticos e capazes de construir aprendizagens e buscar novos conhecimentos pela vida afora...

QUESTÃO 2: Análise do Portfólio da colega Nair Marili http://lilapead.blogspot.com/

Visitando o portfólio de Aprendizagens de outros colegas de outros pólos a fim de realizar a atividade solicitada me chamou atenção o Bloger da colega Marili do Pólo de Alvorada pela sinceridade e honestidade em uma de suas últimas postagens. Precisamente do dia 14 de novembro ela relata que seu grupo teve muita dificuldade em traduzir o vídeo que apresentava um diálogo entre moças surdas e então solicitaram ajuda a um amigo que fala a LIBRAS que gentilmente traduziu o diálogo.
Essa atitude da colega reportou-me a uma das primeiras atividades desse semestre da Interdisciplina de Didática e Planejamento sobre as marcas que professores deixam em seus alunos. Minha colega está de parabéns, pois com certeza assim como aluna ela passa toda essa idéia de honestidade para com seus professores provavelmente sua atitude com seus alunos não será diferente. Esse é um dos motivos da importância da construção do portfólio como espaço de reflexão de aprendizagens, mas como reflexo também de atos e atitudes do aluno.
Percebi também que suas postagens são curtas, porém concisas e evidenciam reflexões sobre as aprendizagens enquanto aluna do PEAD e também como professora onde relata atividades desenvolvidas com seus alunos.
Não apresenta um grande número de postagens, porém são regulares. São feitas basicamente uma postagem por semana, contemplando normalmente apenas uma Interdisciplina. Portanto, nesse sentido percebo que a colega perdeu a oportunidade valiosa de perceber e registrar a forma como elas estão articuladas as Interdisciplinas de maneira a uma dar suporte a outra. Uma mesma atividade pode contemplar várias Interdisciplinas ao mesmo tempo. Seria um exercício que provavelmente refletiria na sua prática pedagógica no momento de fazer o seu planejamento de aula de modo a contemplar a interdisciplinaridade, evitando assim, a fragmentação de conteúdos.
Em nenhum momento houve a reprodução de uma atividade em si, embora em alguns momentos houvesse solicitação por parte da tutora ou professora para que determinadas atividades realizadas com seus alunos fossem explicitadas de maneira mais detalhadas, contemplando as estratégias utilizadas e os resultados obtidos e não houve um retorno por parte da colega nem mesmo no espaço dedicado aos comentários. Não explora o espaço de comentários para estabelecer diálogo com professores, tutores e visitantes. Considero este espaço como uma oportunidade de reflexão e de interação.
O espaço visual é agradável e convida o leitor á navegar através do mesmo. Ter a oportunidade de “passear” por um Blog é também um momento de aprendizagem, de reflexão e de emoções, pois acabamos conhecendo um pouco mais sobre a pessoa, sua maneira de pensar e de agir ainda que virtualmente. Para Piaget, “cognitivo e afetivo são inseparáveis, andam lado a lado no processo ensino-aprendizagem”.

Essa foi minha Reflexão Síntese e estou envaidecida com o comentário feito pela professora Denice Comerlato sobre o mesmo.Para mim culminou com uma aprendizagem construída não só no Eixo 7, mas como resultado das aprendizagens construídas ao longo do PEAD.


Postado por Denise Maria Comerlato em 03/12/2009 15:34
Prezada Neuza, fiquei muito gratificada ao ler tuas Reflexões-Sínteses do Eixo VII. Percebe-se em teu texto a apropriação dos principais conceitos trabalhados nas interdisciplinas, assim como o estabelecimento de relações entre elas. Observei que Frei Beto foi uma linha condutora e inspiradora da tua reflexão, de um pensar próprio, verdadeiro, com autoria. Isso significa em que te colocaste inteira, como educadora comprometida, intelectual crítica e, ao mesmo tempo, pessoa que sente e se emociona com o trabalho que realizas. O mesmo acontece com a análise dos portfólios, da colega e teu. São análises sérias que contribuem para qualificar, cada vez mais, a página que registra a trajetória de vocês no Curso. Nada tenho a acrescentar a não ser te parabenizar pelo trabalho que vens realizando, tanto na PEAD quanto junto ao teu grupo de alunos! Um grande abraço, Profª Denise Comerlato

domingo, 11 de outubro de 2009

Seu nome é Jonas


Escolhi essa postagem porque este filme é comovente e também porque embrou-me um "caso" que existe na escola de um menino que se comunica apenas por gestos e é extremamente comunicativo, expansivo e adora dançar.
Não é meu aluno, mas está seguidamente na minha sala de aula. Já insisti junto a direção e equipe pedagógica. Atualmente contamos apenas com um profissional para fazer esses encaminhamentos para o NASCA e casos semelhantes a esses ficam sem diagnóstico por longo tempo.
Bem, vamos ao relato do filme e também alguas considerações e reflexões feitas.

Seu nome e Jonas


A história de Jonas nos mostra uma realidade bem presente e atua onde a discriminação e também a falta de informação são os pontos mais cruciais na vida de qualquer pessoa surda. Esse quadro de desinformação e descriminação predomina ainda hoje não só nas famílias de classe menos favorecida econômica e culturalmente, mas também nas famílias de classe média e alta que apresentam melhores condições financeiras e que poderiam optar por profissionais de qualidade na busca de um diagnóstico mais preciso.
Também muitas vezes, os profissionais ( médicos, psicólogos e terapeutas) tem dificuldade de precisão no diagnóstico prejudicando e comprometendo com isso o desempenho cognitivo e social de qualquer desses indivíduos.
Antigamente, não se viam pessoas deficientes, pois elas eram “escondidas” dentro de suas casas, asilos, instituições de caridade ou manicômios, pois ao apresentarem qualquer sintoma ou característica que não condiziam com as “ditas” pessoas normais eram considerados “loucos” ou “deficientes mentais” e incapazes de qualquer tipo de aprendizagem ou socialização.
Junte se a isto a rejeição e a culpa que muitos pais sentem por gerar um filho “deficiente”, surdo. Tudo isto dificulta e retarda todo o desenvolvimento da criança surda, pois quanto mais cedo ela for entendida como um ser capaz, como qualquer outra pessoa, e que se diferencia apenas por utilizar outra forma de comunicação, ou seja, a língua de sinais.
Com Jonas não foi deficiente por conta dessa mentalidade cultural e histórica de nossa sociedade, foi rejeitado e abandonado por sua família numa clínica, local que em nada contribuía para a superação de suas dificuldades.
Finalmente, após três anos de permanência na clínica o médico percebe que Jonas não apresenta nenhuma característica para ser considerado com problemas mentais e sugere sua volta ao lar. De regresso, embora o esforço de parentes ( irmão, avós, tios) não “lembra” de mais nada e mostra-se distante e ausente.
Inconformada sua mãe tenta um novo diagnóstico onde fica constatada sua surdez e passa então a fazer uso de um aparelho de surdez, incômodo, que é colocado junto ao seu corpo e que em nada lhe ajuda na comunicação e compreensão e integração com os demais e com o mundo que o cerca. Fato que o torna muitas vezes agressivo, não obstante seu enforco em fazer se entender através da emissão de sons ou gestos.
Frente a toda essa situação e já tendo o diagnóstico de surdez sua mãe resolve colocá-lo numa escola de surdos que adota a metodologia da leitura labial onde Jonas era “forçado” a falar e expressamente proibido de usar a língua de sinais, pois professores e orientadores pedagógicos consideravam essa modalidade de comunicação discriminatória e dessa forma, o menino jamais se livraria do estigma de surdo.
O pai mantinha-se alienado frente toda essa situação, embora muitas vezes integrá-lo à sociedade, levando-o a algumas atividades esportivas, juntamente com seu irmão. Mais uma vez lá Jonas era vítima de preconceito e discriminação por parte dos amigos de seu pai que não permitiam que participasse das atividades. (Sociedade ingrata e cruel, essa)!
O pai não acreditava na potencialidade de seu filho, considerava-o incapaz de jogar bola, andar de bicicleta como qualquer garoto de sua idade, a ponto de chamá-lo de “retardado” e suplicando a sua mulher que o internasse novamente na clínica. Diante da resistência da esposa resolve abandoná-los.
A mãe do menino, no entanto, não desistia dele e, embora enfrentasse muitos de sentimentos contraditórios, ora de culpa, ora de desespero. Buscava incessantemente torná-lo mais feliz essa oportunidade surgiu justamente na trajetória para a escola e percebeu um casal e uma criança que faziam o uso da língua de sinais e percebeu que eram pessoas bem resolvidas.
Numa visita ao clube de surdos ela e sua amiga que também tinha um filho surdo se surpreenderam com o ambiente alegre e descontraído onde as pessoas se comunicavam através da língua de sinais. Percebeu então que esse era o caminho para seu filho não se sentir um “alienígena” e matriculou-o numa nova escola que fazia uso dessa língua e de outras peculiaridades da cultura surda. Então, Jonas pode desenvolver o pertencimento e a identidade a que tanto desejava que só foi possível com o domínio e o uso da Língua de Sinais- LIBRAS.

domingo, 27 de setembro de 2009

*Muitas leituras, muitos fóruns, porém pouca produção textual


Vou eleger a atividade de Libras como a mais importante dessa semana, sobretudo porque nos faz refletir sobre a inclusão da pessoa surda na sociedade. A questão se baseava em se conhecíamos uma pessoa surda e como faríamos para nos comunicar com uma pessoa surda.

Cultura Surda e Comunidade Surda.

Há vários anos atrás quando trabalhava numa firma de digitação tinha três colegas surdos o que me causou certa estranheza, pois na época não era comum o processo de inclusão; eram meados da década de 70. Não tive um relacionamento mais próximo com eles, mas percebia que eram jovens bastante alegres e comunicativos e “conversavam” muito entre si através de gestos e sinais. Dava para perceber que eram bastantes amigos e unidos. Nessa época, imaginava que procediam dessa maneira porque era minoria dentro de um grupo, mas agora sei que isso significativa muito mais. Significava, sobretudo, que tinham uma "identidade", isto é, pertenciam à comunidade de surdos e que usavam a língua de sinais no Brasil -LIBRAS.
Na época, era uma jovem bastante tímida que tinha dificuldade de me comunicar com aqueles que falavam a mesma minha língua, portanto falar com um "estrangeiro" nem pensar! Também só agora sei de tudo isso. Que libras é uma língua e uma língua estrangeira, diferente da usual e da qual a recém aprendi o alfabeto e que, portanto, há muito a aprender.
Em libras os sinais são formados a partir da combinação da forma e movimento das mãos e do ponto no corpo onde esses sinais são feitos, isto é, alguns sinais possuem a mesma configuração de mão com a diferença de que cada uma é produzida em local diferente do corpo. As expressões faciais e corporais são de fundamental importância para o entendimento real do sinal. A entonação na linguagem de sinais é feita pela expressão facial.
Acredito que a pessoa surda tem as mesmas capacidades das ouvintes para desenvolver o físico, o emocional, o cognitivo e o social. O que ocorre é que, infelizmente, muitas vezes, por ignorância tomamos atitudes inadequadas, julgando-as incapazes de compreender o que falamos e por conta disso perdemos a naturalidade e com isso perdemos também a oportunidade de nos relacionar.
Portanto, ao conversar com um surdo jamais viraria o rosto ou baixaria o olhar, pois o diálogo é baseado na comunicação visual, além do que esse gesto significa falta de respeito e consideração e certeza acarreta um baixo sentimento de auto-estima. E, é claro, tentaria de toda a forma possível a comunicação através de gestos, expressões faciais e corporais para me fazer entender e estabelecer o diálogo.
Se caso todos esses recursos não bastassem utilizaria desenhos ou escreveria a mensagem. Se os encontros fossem casuais ou fortuitos, isso seria suficiente, porém se o convívio passasse a acontecer de maneira mais ostensiva, a aprendizagem da língua de libras seria imprescindível. Aprenderíamos na interação um com o outro.

domingo, 13 de setembro de 2009

Também pare que nesse semestre me tornei uma especialista em copiar!!!

Queridas alunas e alunos do Polo de Gravataí

Para quem não pode comparecem na aula presencial de LIBRAS, no dia 08/09/09, no Polo de Gravataí, posso adiantar que pelo entusiasmo dos alunos. As professoras Profas. Carolina Hessel Silveira e Maria Cristina Viana Laguna fizeram um excelente trabalho, houve participação de todos os alunos presente. Vou deixar para a colega Fátima que é a Tutora da Interdisciplina, colocar os detalhes das combinações que por ventura foram estipuladas pelo grupo professoras/alunas(nos). Parabenizo as professoras, alunas e alunos que juntos se alegraram, participaram, tornado as horas aulas agradáveis, na noite de ontem.

Um grande abraço,

Geny Schwartz e Professor Silvestre

PEAD/FACED/UFRGS

Mas copio sem medo nenhum , pois tudo o que é bom, bonito e verdadeiro é Erótico, não no sentido pornográfico, mas no sentido de algo que nos implusiona que nos afeta e nos tornar cada dia mais melhores e a professora Carolina nos deu um belo exemplo, acima de tudo deu um exemplo de vida que nos implusiona a vencer os obstáculos.