sábado, 11 de abril de 2009

Aprendizagem


Nesta postagem resolvi colocar minha mais recente atividade, pois ela representa minhas aprendizagens no PEAD e revela um momento bem importante e significativo

Desde o momento em que comecei a estudar no PEAD as aprendizagens tem sido inúmeras não só o tocante a prática pedagógica, mas, principalmente, no que se refere às novas tecnologias e seu uso.
Durante a construção do Projeto de Aprendizagem, embasado em pesquisas e tabulações de dados concluímos que as pessoas de um modo geral, quando adultas começam a se utilizar dessa tecnologia meio de brincadeira e aos poucos passam a incorporá-la no seu cotidiano.
Comigo, aconteceu, justamente o contrário, comecei meio por imposição, por uma necessidade premente. Era necessário o domínio de um mínimo de tecnologia par seguir no meu intuito de me formar Pedagoga.
E lá fui eu, na interação com os professores, tutores e colegas aprendendo a construir os espaços virtuais de que necessitava: e-mail, wiki, bloger, etc... E, sobretudo, desmistificando paradigmas de que a interação e construção não acontecem no ambiente virtual. Acontecem e acontecem de uma forma progressiva à medida que novas solicitações e exigências são necessárias, num crescendo constante; quando acreditamos que já sabemos tudo, surge um novo desafio.
Assim também deveria ser nas nossas salas de aulas instigantes em que nossos alunos construíssem na interação entre sujeito e objeto, não numa interação qualquer, mas numa interação-ação, reflexão-ação que resultasse sempre numa assimilação e construção do novo. Sem esquecer que esta ação pode acontecer também sobre idéias já construídas e assimiladas pelo sujeito e não necessariamente pode ou deve ser construída na sala de aula.
A criança aprende manuseando, mexendo, tateando o que também não é diferente com o adulto e esta situação fica bem caracterizada no relato a seguir.
Convém salientar que nos primeiros contatos com o computador tinha muito medo de fazer algo errado e “estragar” tudo o que já havia feito anteriormente, mas aos poucos fui vencendo esse medo, coisa que não aconteça com a criança, pois agem naturalmente e aprendem mexendo, clicando aqui e ali, muitas vezes até dando denominações próprias aos ícones que vão surgindo.
Agora, vou relatar quando, como e onde aconteceu a aprendizagem.
Aconteceu na minha casa porque precisava usar um programa novo (para mim, é claro) e, portanto desconhecido. A princípio, bastante tímida e insegura comecei a operar o programa Picassa para criar uma galeria de fotos com a ajuda da colega Mara via MSN. Porém chegou um momento em que ela me disse que a partir dali, teria que seguir realizando a tarefa sozinha porque ela não estava visualizando a tela e não poderia intervir. E lá fui eu clicando aqui, experimentando ali, desfazendo o que já havia construído e tendo que percorrer o caminho inicial novamente.
Sozinha? Só, mas na interação com o computador, numa sincronia que parecia que ele falava comigo e era possível sentir o descompasso do meu coração à medida que ia avançando para uma nova etapa, bastante excitante e complexa para meus parcos conhecimentos, pois envolvia vários passos que dependiam um do outro para a sua concretude.
A tarefa, simples para muitos para mim era árdua e exigia raciocínio, reflexão sobre idéias e conceitos construídos anteriormente, muitas vezes desestabilizando-os (acomodação), pois não eram verdades estanques e que poderiam ser reformuladas, adequadas, adaptadas às novas situações com as quais nos deparamos no decorrer de nossas. Não era simplesmente a ação pela ação, mas uma ação-reflexão, reflexão-ação.
Às vezes, também tive que pesquisar o significado de algum termo em inglês para compreender a ação a executar ou a próxima que viria. Isso exigiu um esforço físico e mental, mas que resultou numa grande satisfação e relaxamento, embora não tenha conseguido executar todos os processos exigidos. Faltaram algumas informações que sozinha não foi possível processar, mas mesmo assim levei a tento a tarefa, pois encontrei uma solução momentânea para a finalidade prática a que me dispunha e me remete a possibilidade de em outra ocasião construir novos conceitos necessários para a conclusão final.
Essa construção só foi possível porque já possuía conhecimentos anteriores, mesmo que sejam de ordem práticas, pois se não soubesse nem sequer ligar o computador ou manusear o mouse como algum tempo atrás, isso não seria possível.
Para Piaget conhecer é organizar, estruturar e explicar a partir da experiência. Assimilação e acomodação estão relacionadas com a aprendizagem que nada mais é do que a adaptação a uma nova situação. Portanto, em sala de aula o professor deve ter o cuidado de utilizar e programar juntamente com seus alunos estratégias e atividades que promovam a ação e adaptação que podem ser provisórias ou permanentes, mas que sirva de trampolim, plataforma para a construção de novas aprendizagens.
O conhecimento não é um processo estanque, acabado e não está inscrito no código genético de cada indivíduo, mas também não é tabula rasa, folha em branco que possa ser manchada com as nuances de uma tinta qualquer, é algo (re)construído no dia-a-dia, no cotidiano, na vivência e convivência nos diversos setores e instâncias com os quais nos deparamos nas mais diversas e inusitadas situações.
Não necessariamente acontece na sala de aula quando acontece em sala de aula supõe uma ação planejada e construída em conjunto na interação aluno-professor e entre os alunos em que o professor deve interagir como orientador, mas também como aprendiz, como aquele que ao mesmo tempo em que ensina, aprende e o aluno deve ser aquele que ora aprende com o professor, ora ensina o professor.
Como diz meu aluno “é bom eu estou aprendendo”.
Tomara que um dia ele diga “é bom eu estou aprendendo e ensinando”.

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