domingo, 20 de junho de 2010

Reeleitura de FUTEBOL da série meninos de Brodósqui de Cândido Portinari


Com esta reflexão termino oficialmente meu estágio. Esta semana foi planejada em cima da temática do evento da Copa do Mundo e há muito que explorar sobre o tema. Mas há horas estava com vontade de trabalhar com a releitura de uma obra de arte e esta foi há oportunidade para tal. Foi um momento muito rico. Começamos assistindo um pequeno documentário sobre a vida e obra de Cândido Portinari, depois tivemos um segundo momento já na sala de Artes em que as crianças manusearam alguns livros que falavam sobre sua vida e continham muitos de seus quadros.
Por último passamos a fazer considerações sobre o quadro “Futebol”, da série meninos de Brodósqui de Cândido Portinari para que em qualquer nível o ensino de Artes possa abranger tanto a construção da linguagem visual quanto contribuir para que as crianças acreditem que trabalhar com formas, cor, espaços, volumes, materiais não seja somente um “privilégio” do artista, mas uma aprendizagem que depende do seu olhar sobre o que vê ou imagina; e, finalmente, que possam elaborar uma linguagem própria para expressar e representar a leitura de suas relações com o mundo.
É óbvio que isso ficou evidenciado em suas produções até porque o assunto futebol está muito relacionado às suas vidas, pois ainda em suas vilas possuem este espaço para jogarem suas “peladas” de forma descontraída só que com algumas diferenças conforme verbalizações do menino Vitor:
- No quadro as traves são de madeira e no “campinho” onde jogamos são de ferro.
- Lá perto de onde jogo tem cavalos e tem postes de luzes, só que os cavalos ficam amarrados no poste comendo as gramas, diferente do quadro em que o cavalinho está dentro do campo.
“Olha aí, os alunos fazendo comparações entre as semelhanças e diferenças entre a obra de arte e o cotidiano de suas próprias vidas”.
Uma proposta de ensino multicultural deve preocupar-se em compreender os objetos estéticos dentro de sistemas simbólicos culturais mais amplos, dando lugar às abordagens contextualistas, instrumentalistas e interdisciplinares para o estudo da arte. Obras de artes, nesta perspectiva são representações sociais, portanto, constitutivas de visões de mundo de determinados grupos sociais. (Hernandez, 2000).

A partir da vivência da criança com a arte, torna-se mais fácil ensiná-la a viver a arte, compreender os motivos e estilo do artista e pode-se dizer que dessa maneira, a criança entra em contato com as grandes teorias, sem necessidade de ler os teóricos, o que não lhe adiantaria de nada se realmente não entendesse o que significa arte, onde e de que forma pode ser apreciada
. E o professor deixa de lado o estilo que ainda predomina nas escolas em que o ensino de artes não passa de uma rotina de repetições de técnicas, detalhes e orçamentos para celebrações com agora está acontecendo com as festividades da copa do mundo.
Para Barbosa, “Multiculturalidade não é apenas fazer cocar no ‘Dia do Índio’, nem tampouco fazer ovos de Páscoa ucranianos ou dobraduras japonesas ou qualquer outra atividade clichê de outra cultura”. (Barbosa, 1998, p 14).
Esta atividade resultou no interesse dos alunos por outros artistas e suas obras de arte e que poderá ainda ser abordados durante o ano.


BIBLIOGRAFIA
HERNANDEZ, Fernando. Cultura Visual, mudança educativa e projetos de trabalho, Porto alegre: Artes Médicas, 2000.
BARBOSA, Ana Mãe, Tópicos utópicos. Belo Horizonte, C/ARTE, 1998.

2 comentários:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Neuza querida, como sempre fizeste uma excelente reflexão do estágio! Agora vou aguardar umas postagem de avaliação final do estágio!

Beijão

Neuza Terezinha da Rocha disse...

Ok, bjs Neuza