quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Semana de 12/11 a 18/11


13/11/2007 04:38:17
RENATO AVELLAR DE ALBUQUERQUE

Neuza,
Acabo de assistir novamente a este belíssimo filme, ao qual recomendo a todos. Li novamente as postagens e pude reavaliar melhor nossas colocações. Você disse que não havia aprendizagem porque o professor não se preocupava com os conhecimentos anteriores dos alunos. Sobre isso gostaria de observar duas coisas. Naquele momento histórico muito daquilo que pensamos hoje não existia, Piaget, por exemplo, estava desenvolvendo seus trabalhos mas estava muito longe de ser conhecido em âmbito internacional e no meio educacional. Mesmo assim poderíamos considerar que ele buscava isso, perguntando, por exemplo, ao leitor do poema qual a interpretação dele sobre uma das expressões. Quando diz que o desenho do espiral no quadro não chamou a atenção dos alunos, também tendo a discordar. Neste momento o único aluno mostrado pelas câmeras é Mocho, que está com seus olhos arregalados de curiosidade. Você diz que não houve interação professor-aluno, e coloca que se houvesse Mocho não teria o apedrejado. Bem, acho que o filme mostra diversas vezes esta interação, muito forte por sinal, e o motivo pelo qual a criança o apedrejou não foi essa \"falta de interação\", mas foi pelo mesmo motivo que o pai de mocho blasfemava contra seus próprios amigos.
Bem, essas foram algumas de minhas impressões sobre o filme, acho que o professor não demonstrava \"dar de ombros\" em suas tentativas de ensinar. Isso se refletia nas falas de Mocho quando falava sobre as batatas, a Austrália, ou em pequenos detalhes, como quando o professor entregou uma flor a Mocho para que levasse a sua amiguinha, mocho lembrava do pássaro e sabia que ele levava uma orquídea para sua fêmea, mas aquela flor que o professor lhe entregara não era uma orquídea. Por fim, nós dois tínhamos razão, Mocho chama o professor no final do filme dos dois nomes, do passarinho e de \"espirotromba\".



14/11/2007 21:23:56
NEUZA TEREZINHA DA ROCHA

Tutor Renato, independente da epoca em que o filme se passa ou pelo fato das idéias de Piaget ainda não serem difundidas, continuo com a minha opinião de que uma aula não é dada para um único aluno, mas para uma turma inteira.
Você insiste que havia aprendizagem, então porque agora temos que mudar a nossa maneira de dar aula, se à antiga funcionava tão bem? Então vamos rasgar tudo o que aprendemos até agora e continuar como antigamente, pois era mais fácil, menos trabalhoso e o resultado, segundo você era tão ou mais eficiente do que atualmente.
Também cheguei a conclusão que não devo postar meu trabalho no webfolio não vou mudar minha opinião frente aos seus argumentos.
Neuza, adoro quando as discussões começam a ficar acaloradas, isso nos estimula a participar com paixão, a pensar e a desacomodar... sinal que estamos mudando!! Não compreendi sua pergunta. Vocês estão mudando a maneira de dar aula em relação a quem, aos outros ou a vocês mesmos? Antiga forma de quem dar aula? Acho que não podemos considerar que somos mais inteligentes do que as pessoas que viveram no passado, somos apenas mais adaptados ao nosso presente. Não podemos considerar que todos os professores ensinavam da mesma forma, assim como não ensinam da mesma forma hoje. Isso, em minha opinião, nos faz mudar em relação ao que somos, não ao que os outros são. Não dizemos que cada aluno é parâmetro para si mesmo? Então, como fica isso se nos pensarmos nesta relação? Gostaria que me apontasse onde disse que o resultado era tão ou mais eficiente que atualmente. Neuza, não peço que mude sua opinião com os meus argumentos, não desejo isso de forma alguma. Quero, isso sim, é que através de meus argumentos você questione os seus argumentos e sua forma de pensar, e que questionando-os tenha novas dúvidas e busque novas respostas para aquelas respostas que não fizerem mais sentido. Caso todas as suas respostas continuem fazendo sentido depois disto, então que você fortaleça seus argumentos buscando dar respostas para as contradições que trago neste debate. Você acha que vou dar \"errado\" em seu trabalho se ele não estiver de acordo com minha opinião? Vou desconsidera-lo por isso? Você sabe muito bem que não, e que nunca fiz isto, não é minha forma de conduzir a mediação do conhecimento. Ou você não concorda? O que te leva a pensar que seria melhor não postar sua atividade? Ou você acha melhor eu não lhe dizer, ou não dizer a outro colega, as idéia que não concordo? Acho que o fórum está ficando muito bom, adoro ver o circo pegar fogo. Mas acho que falta muita gente do grupo a participar.
. Tutor Renato o professor para época em que leciona era bastante \"avançado\", pois levava seus alunos para fora da sala de aula, o que já era considerado uma atitude \"genial\" para a época. Quando vivenciamos o dia-a-dia de uma sala de aula vemos as coisas com outros olhos, por outro ângulo, só isso.Não me considero nem mais nem menos do que ninguém, nem sequer me considero inteligente ou mais capaz do que ninguém. Sou e sempre fui uma aluna interessada e uma professora bastante dedicada, talvez muitas vezes agindo de maneira errada com meus alunos, pois os meios não justificam os fins e, talvez eu seja meio maquiavélica. Quando digo que quando agimos em sala de aula vemos as coisas por outro ângulo, vou relatar uma atividade recente. exemplo Por sugestão da professora de Artes Visuais, trabalhei Velazquez com meus alunos e o resultado foi maravilhoso, nem eu imaginava que eles, alunos de 1ª série, fossem capazes de analisar uma obra de Arte, atentando para detalhes como fizeram e a releitura da obra foi feita com muita criatividade a bisavó de um dos alunos visitou a sala de aula e não acreditou que os trabalhos foram feitos por eles.Mérito meu? Não, a produção foi deles e eu nem sequer criei a atividade, apenas aproveitei uma sugestão da professora. Só que acredito que a atividade foi orientada para que isso acontecesse, o que, na minha opinião, o professor do filme não soube fazer. Ele tinha um mundo vasto, riquíssimo pela frente para explorar e não o fez, inclusive poderia ter trabalhado outras disciplinas junto.
Acho que o professor tinha boa vontade, mas deixava muito a desejar.
O filme dava enfoque o menino Moncho que já entrara na escola sabendo ler e escrever e que também já havia desenvolvido o gosto pela leitura, diferentemente de um de seus colegas que não sabia resolver os problemas de matemática.Eu não consigo ver a aprendizagem sobre o ângulo de um único aluno, é preciso considerar todos, com suas vivências, realidade e conhecimentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS


Gostaria de achar uma saída honrosa para mim, mas depois de todo este debate, enquanto estava pesquisando algumas cenas do filme para colocar no meu portfolio de aprendizagens li algumas considerações de outros professores que assistiram ao filme e também mediante toda a eloqüência do tutor Renato não posso ser “o soldado do passo certo” tenho que concordar que havia uma interação aluno-professor, que foi conquistada no momento em que Don Gregório, percebendo que não havia agido corretamente com Moncho, no seu primeiro dia de aula, provocando que todos os alunos chamassem o menino pelo seu apelido “Pardal” e que frente a esta situação fez xixi nas calças, saiu correndo e se escondeu na mata e só foi encontrado à noite.
D. Gregório teve a sensibilidade de perceber e reparar o seu erro, quando foi a sua casa e fez questão de lhe pedir PERDÃO, tornando possível a volta de seu pupilo às aulas.
Também o menino o admirava pela sua grandeza de caráter e pelos seus gestos de dignidade, no momento em que o professor não aceitou o suborno oferecido pelo pai de Roque que mandou presenteá-lo com dois galos para que ensinasse seu filho a resolver os problemas de matemática.
A aprendizagem não acontece só através da construção de conhecimentos, mas também por exemplos, atos e ações que contribuem significativamente para a formação de um indivíduo capaz de saber o que quer e reivindicar seus direitos e cumprir seus deveres na sociedade e, principalmente no mundo atual tão carente de exemplos e referências, cabe ao professor fazê-lo
E também ficou evidente a aprendizagem em várias situações e relatos que o menino Moncho comentava sobre assuntos referidos em sala de aula, por exemplo, no momento em que após a leitura de um livro faz referências as raças branca, negra e amarela e que todos são iguais e têm os menos direitos, indiferente de raça, cor ou classe social.
E também levando em consideração que embora o professor contemple a todos com uma determinada atividade, todos aprendem de maneira diferente e que também em nossas escolas existem alunos diferenciados como Moncho e que aproveitam melhor.
as oportunidades que lhe são oferecidas na construção do seu saber, ficou evidente durante todo o filme que aprendizagens aconteceram.
Com certeza o professor em toda sua bondade entende o gesto de seu aluno que o apedreja, mas há em seu semblante uma expressão de profundo pesar, tristeza e consternação que deixou meu CORAÇÃO PUNJIDO E CHEIO DE DOR.

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