domingo, 20 de setembro de 2009

Domingo *


Esta semana foi caracterizada pela leitura de uma série de textos de várias interdisciplinas, mas com pouca produção textual.

Apenas elaborei a atividade de de Linguagem nem sequer fiz a postagem, por isso, vou postá-la na íntegra para submetê-la a crítica, pois é um assunto que vai dar "muito pano para a manga". Ei-la!

Embora o conceito de letramento tenha surgido no Brasil a partir de 1980, a escola como instituição historicamente encarregada de introduzir a criança no mundo formal da escrita ainda insiste em ignorar tal conceito na sua práxis. Assim sendo, a escola mesmo sendo considerada a mais importante das agências de letramento não valoriza essa prática social, pois considera a alfabetização apenas sob o ponto de vista do processo de aquisição e domínio dos códigos alfabético/numérico.Diz-se que uma criança está alfabetizada quando lê e escreve, porém nem toda criança tida como alfabetizada é considerada letrada porque embora saiba ler e escrever não possui competência necessária no que se refere à apropriação e ao domínio da leitura e da escrita.Uma criança não alfabetizada pode chegar à escola já letrada, pois o letramento inicia-se muito antes, quando a mãe ou alguém da família canta canções de ninar enquanto os embalam e que quando estes já estão maiores contam e lêem histórias infantis que mais tarde com certeza, em algum momento serão recontadas e reinventadas.Não só a família é responsável pelo letramento. Este também acontece em outras circunstâncias e locais, por exemplo, na igreja e na própria e na rua que costumo me referir como sendo a extensão de pátio de suas casas, principalmente para nossas crianças de periferia. A rua, a praça são os lugares do lazer, do lúdico e onde as informações são passadas informalmente, muitas vezes, entrecortadas por risos ou até mesmo pelo choro de um joelho machucado.Portanto, o letramento não é privilégio apenas de crianças de classes sociais e econômicas mais favorecidas, talvez lá, aconteçam de uma forma mais sistematizada, mas não necessariamente. E também não é só privilégio do mundo infantil, pois adultos que reingressam na modalidade de EJA também já trazem, em virtude, de sua experiência de vida adulta e de trabalho esses processo de letramento. Dessa maneira, o professor deve trabalhar para adequar os métodos, conteúdos e processos, num sentido de valorizar essa diversidade. Portanto, letramento/alfabetização favorecem um ao outro com suas finalidades específicas e conjugar esse binômio na escola vai além de um currículo pensado unicamente sob o ponto de vista do professor e estabelece uma relação dialógica entre professor/alunos quer sejam crianças, jovens ou adultos.

2 comentários:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Oi Neuza, nessa postagem expressas as tuas reflexões sobre linguagem na escola. Como procuras trabalhar esses aspectos com os teus alunos? O que as leituras feitas nessa interdisciplina te levaram a pensar sobre a tua forma de trabalhar com a linguagem em sala de aula? Abraços

Neuza Terezinha da Rocha disse...

Oi tutora Patrícia!

Vou tentar lhe explicar como funciona na prática;

Estou desenvolvendo por esses dias um planejamento sobre trava línguas. Para a sensibilização usei um vídeoclipe com alguns travas línguas. Como tema de casa deverão pesquisar outras travas línguas que seus familiares e amigos conhecem para darmos continuidade ao trabalho.

Acredito que essa é uma forma de valorizar o letramento, isto é um conhecimento que já construiram fora da escola e que agora serão re(significados) na escola.

A aprendizagem é um processo contínuo e, segundo Piaget de forma espiral para o "alto" de baixo para cima.Aprende-se também na ação e na interação um com os outos, espero portnto,aprender no dia-a-dia juntamente com meus alunos e aos ir agregando esses novos conhecimentos à minha prática pedagógica.

Bjs Neuza