domingo, 12 de setembro de 2010

Brinquedos pontes, brinquedos aparentados, as formas brandas


Os brinquedos-ponte: o brinquedo do brinquedo.
Os brinquedos-ponte são réplicas do brinquedo principal que demandam materiais industrializados ou pré-beneficiados. Por isso, mesmo são usados por crianças com menor habilidade ou posse. O instrumento mediador da brincadeira é alterado, usando-se, geralmente, materiais alternativos.
De forma análoga, encontramos fenômeno semelhante nos brinquedos de faz-de-conta: faz-se móveis de boneca com caixa de palitos de fósforo, constrói-se carros com latas de leite ou de óleo.
O brinquedo-ponte é institucionalmente estabelecido, ele não é um substituto, é o brinquedo do brinquedo. Em contra partida, um brinquedo-ponte, diferentemente de um brinquedo de faz de conta, não remete ao mundo adulto, seu referencial está na própria brincadeira do mundo infantil.
Portanto, todas estas formas alternativas de brincar de determinada brincadeira permitem que determinados grupos por pouca posse ou habilidade pratiquem determinada cultura do brincar infantil.
Nos brinquedos aparentados, o brinquedo usado é de natureza diferente, mas conserva alguma característica do brinquedo original. Os brinquedos aparentados são aqueles que acompanham a brincadeira principal da época e geralmente estão atrelados a ele.
Uma vez, que os brinquedos mantêm alguma característica entre si, também algumas habilidades são compartilhados.
Do mesmo modo que determinado período festivo é configurado de vários eventos ou elementos que caracterizam este período o mesmo parece ocorrer com algumas “épocas ou tempo” de determinada brincadeiras. Na época de São João, vários componentes culturais: culinária, danças, músicas, vestuário, fazem parte do que caracteriza o período do bolo de fubá, da pipoca, amendoim, pinhão, quadrilha, roupa típica, etc.
As formas brandas: o brincar de brincar.
Bussab(1986) define o brincar “como uma forma de experimentar em uma situação protegida. No entanto, o brincar sempre envolve uma situação de risco: o risco da perda, o risco da chacota, o risco das sansões. Os riscos são a tônica que dão tensão a competição. Para evitar o risco deve se desenvolver as habilidades necessárias que estão contidas dentro da própria brincadeira, dentro da situação que envolve risco.
Os grupos de brincadeira se caracterizam em função da habilidade ou competência no jogo. Sendo assim, é natural que inábeis evitem os hábeis e vice-versa. Sempre a segregação.
Como habilidade advém basicamente de experiência, a experiência correlaciona-se com a faixa etária; a crianças tendem a se agrupar em torno da idade.
As formas brandas de brincadeira caracterizam-se por serem adaptações nas brincadeiras de modo a serem dispensadas dos participantes algumas habilidades mais complexa e/ou abrandadas ou suspensas às penas.
Se o brincar é uma forma de experimentar em uma situação protegida, o brincar com formas brandas torna a situação mais protegida ainda; como se fosse o brincar de brincar, o brincar com menos risco.
Refletindo...A brincadeira é uma palavra estreitamente ligada à infância e às crianças, mas infelizmente, mesmo nas sociedades ocidentais são consideradas irrelevante ou de pouco Se incorporarmos de uma forma mais efetiva a ludicidade nas nossas práticas educativas é caonsiderda irrelevante ou d pouco valor no ponto de vista da educação formal., assumindo a significação de oposição ao trabalho, tanto no contexto escolar como quanto no cotidiano familiar.
A brincadeira está entre as atividades avaliadas por nós professores como tempo perdido e por isso mesmo as brincadeiras são mantidas longe da sala de aula.
Mas como planejar aulas mais lúdicas e mais interessantes para nossos alunos? Um bom começo é nos perguntar se conhecemos bem nossos alunos. Uma maneira de conhecer melhor nossos alunos é através do lúdico, da brincadeira, é observando-os brincar. Penetrar nos seus jogos e brincadeiras contribui ara colhermos informações importantes para a organização das práticas pedagógicas de forma que possam garantir e incentivar o brincar. Por outro lado, ajuda na criação de interações e diálogos com as crianças de nos permite as interações e os diálogos e nos levam a uma melhor compreensão de suas lógicas e formas próprias de pensar, agir e sentir.
O brincar deve ser incorporado em nossas práticas pedagógicas com o seu significado como experiência de cultura e para isso é necessário garantir tempos e espaços para que os alunos desenvolvam suas brincadeiras, não apenas nos locais e horários destinados pela escola, mas também como experiência de cultura.
Uma das soluções seria organizar rotina que proporcionem a iniciativa, a autonomia e a interação, trazendo a dimensão da imaginação e da criação para a prática cotidiana de ensinar e aprender e, isso eu pude comprovar na prática com um único personagem, com um simples boneco que, porém, para eles veio carregado de significados e significações que aguçou a criatividade e a imaginação!
“A fantasia propriamente dita, liberta as restrições do real, é uma produção criativa, que se dá como desenvolvimento tardio do brincar e não está na sua origem”. (Vygotsky, 1987)

PONTES, Fernando Augusto Lemos, MAGALHÃES Celina Maria Colina. A estrutura da brincadeira e a regulação das relações.
Artigo da Interdisciplina de Ludicidade, EIXO

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