domingo, 26 de setembro de 2010

Encantos para sempre


Há aqueles que são contra e há os que são a favor dos contos de fadas. eu como mãe, educadora alfabetizadora sou totalmente favorável aos contos de fadas Muitos deles até podem ser mórbidos e trazer alguns traços de crueldade, mas no final o bem predomina sobre o mal, o fraco vence o forte e as rainhas sempre arranjam um príncipe “montado num cavalo branco” que vem salvá-las dos maus tratos, da pobreza e transportá-las para um rico castelo, onde não serão mais exploradas, ao contrário viverão na opulência.
Obviamente, existe muito de dantesco nos contos de fadas, mas ao mesmo tempo em que estão muito distante da realidade de nossos alunos, normalmente crianças de periferia e de poucos recursos econômicos; se identificam, por exemplo, com a Gata Borralheira ou com a Branca de Neve, judiadas e exploradas por suas madrastas.
Sabemos que meninas são forçadas a trabalhar duro na rotina da casa enquanto suas mães, muitas vezes, trabalham em casas alheias para prover ou auxiliar no sustento da família.
Também, é comum, não encontramos mais aquela família tradicionalmente estruturada: pai, mãe, irmãos. Portanto, é corriqueiro que nossos alunos convivam com madrastas e padrasto, e, às vezes, os maus tratos acontecem.
A própria temática dos Contos de Fadas que falam sobre o bem e o mal favorecem que crianças e adultos possam lidar com os medos, questões universais que se repetem de geração em geração e tentarem entender e encontrar lógica e sentido para a trajetória de suas vidas não atual contexto, cheio de incertezas e inseguranças.
Os contos de fadas tem valor psicanalítico, porque tem tudo a ver com os desejos, os anseios do ser humano e se constituem como uma forma simples e acessível para que possa elaborar simbolicamente seus conflitos. Nas histórias sempre o bem predomina sobre o mal; o pequenino e o fraco saem vencedores e sempre há um final feliz permitindo que a criança acredite que isso também possa vir acontecer com ela. E assim, as histórias vão lhe garantido a esperança de dias melhores e tem asseguradas mediante elas sua auto-estima e confiança para sonhar com um futuro promissor.
As histórias não só possuem valor como instrumento de reajuste psicológico, mas também como fator de resgate da cultura. Foi através delas quer pela oralidade, quer através da escrita que as gerações encontraram fonte para resguardar suas experiências e conhecimentos e perpetuá-las para o mundo. Sem contar que são valiosíssimas no processo de letramento e alfabetização, pois garantem o enriquecimento do vocabulário e contribuem para a efetivação do processo de socialização da alfabetização, isto é, do letramento e, da alfabetização propriamente dita, que compreende a apropriação do código de leitura e escrita.
Passei a compreender o valor da literatura e, principalmente da contação de histórias a partir do momento que li, na Interdiciplina de literatura o capítulo: Como contar histórias, do livro Gostosuras e bobices de Fanny Abramovich.
Até então, não tinha muita preocupação em preprarar uma história para ler para meus alunos. Costumava ler histórias, mas aquelas que eram sugeridas na hora por algum aluno. è necessário se inteirar do texto para ler com naturalidade e tom de voz adequado e também para evitar as surpresas que podem nos causar alguns sentimento como raiva ou irritação. Se lermos bem o texto antes certamente passaremos a emoção verdadeira, aquela que vem lá do fundo do noso coração e que com certeza chegará ao ouvinte de maneira natural.
Desde então, passei a ter cuidado na escolha das histórias que li e que leio para meus alunos, pois o critério de seleção deve ser do narrador que deve conhecer as necessidades, desejos e até mesmo as aflições que naquele momento estão afligindo a turma ou mesmo um único aluno e, depois, o que pode advir de sua habilidade de juntamente com os alunos aproveitar e explolorar o texto, enquanto pretexto dentro do contexto da realidade dos alunos.

Para a ensaísta cubana Alga Marinã Elizagaray "O narrdor tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração. Tem que conduzir a situação c0om se fosse um virtuose que sabe seu texto, que o tem memorizado, que pode permitir-se o luxo de fazer variações sobre o texto".


ABRAMOVICH, Fanny, Gostosuras e bobices. Editora Scipione, São Paulo, 1999.

2 comentários:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Muito bom Neuza, está se superando em cada nova postagem! =)

Abraços

Neuza Terezinha da Rocha disse...

Olá Tutora Patricia

Acho que isto é reflexo de tantas leituras.

Ufa! Bjs