segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Arquiteturas Pedagógicas


Esta semana passei envolvida com a aplicação e teorização da atividade sobre Arquiteturas Pedagógicas. Para mim é uma novidade que ainda preciso me adptar, pois ainda fico bastante apreensiva quando se trata de uma atividade desenvolvida praticamente toda ela com o uso do computador. Mas, no final deu tudo certo e representou um grande momento de aprendizagem para mim e meus alunos, justamente no final de ano quando aparece que já não temos muito o que fazer a não ser revisar os conteúdos e prepará-los para a avaliação final.
Com essa atividade consegui manter os alunos entusiasmados até o final do ano, principalmente no que se refere a Arte dos Mosaicos.

RELATÓRIO DE APLICAÇÃO

Atividade: Reforma da Casa
Neuza Terezinha da Rocha

INTRODUÇÃO

Iniciei a aplicação das atividades através do Laptop em sala de aula, pois temos dia e horário determinados para cada turma no Laboratório de Informática e considerei esse tempo escasso para uma atividade complexa e com um número razoável de informações e conceitos a serem construídos.
Esse conjunto de atividades foi escolhido por adequar-se à Arquitetura Pedagógica de Resolução de Problemas com auxílio do Meio Telemático e ser possível sua adaptação a diferentes níveis e anos com pequenas adaptações, por isso, usei como suporte o manuseio de material concreto.
Pretendia que eles ouvissem a história sobre os Mosaicos gravada gentilmente pela colega Mara para se tornar mais acessível a meus alunos de 2º ano e também aos alunos de Educação Infantil da colega Neila. Mas, às vezes as condições não são as desejáveis. O som estava baixo e, então, os próprios alunos foram fazendo a leitura do texto que a princípio me pareceu de difícil entendimento. Mas, qual foi minha surpresa quando percebi que aos poucos foram se aquietando e ouvindo atentamente.
Identificaram a arte do mosaico, numa gruta na igreja da comunidade e também vários fizeram referência à calçada em frente ao Mac Donald do centro.
E continuaram:
_ Profi, “as aparências enganam mesmo”, o mosaico pode ser desenhado até na madeira, como no piso da sala de aula. (Não resisti à tentação e reproduzi a frase na íntegra, adorei!)
Depois fomos lanchar e em seguida fomos para o pátio para a aula de Educação Física.
Quando voltamos retornamos ao assunto identificando algumas figuras geométricas que tomei emprestadas do Laboratório de Informática.
Para esse momento solicitei a minha colega de Ensino Fundamental que leciona a interdisciplina de Matemática que me emprestasse figuras geométricas disponíveis no Laboratório de Matemática. Permiti que manuseassem e brincassem com essas figuras e à medida que foram se aquietando fui dirigindo a atividade e levantando questionamentos:
- Que figura é essa?
- Um quadrado.
- E essa?
- Um cubo
- O quadrado é "magrinho" e o cubo é "gordinho" e usamos nos nossos jogos.
- E tem diferença entre este cubo e aquele que vocês usam nos seus joguinhos?
- Prof, essa é igual a uma "cabaninha" ( pirâmide).
-Essa, parece um "diamante" (prisma). Nesse primeiro momento deixei que extravasassem sua imaginação e que dessem nomes as figuras pouco conhecidas por eles. Depois, voltaram novamente com a caixa das figuras geométricas e, para minha surpresa o mesmo aluno que havia denominado a pirâmide por "cabaninha" foi lá na caixa pegou-a na mão e disse;
- Profi, essa é a pirâmide.
Ainda continuei questionando-lhes:
- O que essas figuras têm semelhantes? (Mostrando-lhes um cubo e uma pirâmide)
- O fundo.
- Isso mesmo, a base.
Depois passaram a medir alguns objetos da sala de aula com o uso de um cordão até que se aproximaram de um cartaz contendo o alfabeto e a Maria Eduarda disse:
- Profi, o abecedário é um retângulo que está divido em quadrados. Foram, então, instigados a medir o contorno dessa figura.
- Agora que vocês já contornaram o retângulo com a linha colorida, conte o número de quadradinhos que estão dentro. Quantos?
Quando a criança está contornando uma figura geométrica com uma linha ou barbante ou quando ela está contando o número de quadradinhos contidos dentro desse contorno ela está elaborando as primeiras noções de perímetro e área de figuras geométricas de uma forma lúdica.
Não paramos por aí, pois quando alguém mencionou que o triângulo tem três lados e três pontas, isso mesmo, três lados e três vértices. Liguei o computador e iniciamos a segunda atividade que mostrava o triângulo como um polígono de três lados e instigava que se clicasse para ver em quantas partes ele poderia ser dividido.
Quando apareceu o círculo deixei a figura parada e questionei como poderiam medir essa figura.
_Com o barbante, profi. Assim, e fez o contorno no ar. Pegou então, sua pulseira e fez o contorno com a linha de tricô.
Já estava na hora da aula terminar e também não fui adiante porque acho que outros conceitos como diâmetro, raio poderão ser tratados em outra ocasião. Porém, ficaram evidentes através de suas falas, ações e reflexões as construções dos objetivos propostos tais como: propriedades, elementos e características das figuras geométricas, estabelecendo relações com os conhecimentos adquiridos anteriormente em sala de aula e fora dela.
Para terminar essa primeira parte, mas uma de suas “pérolas”:
_Profi, quando se faz figura geométrica, se estuda Geometria?
Hoje, terça-feira, 08/12, finalmente, nós fomos até o Laboratório de Informática onde os alunos iniciaram a construção do Tangram, em duplas. Demoraram bastante na atividade, cerca de uma hora e meia. Conversaram, trocaram idéias entre si, aceitavam sugestões uns dos outros. Não mencionavam muito os nomes das figuras geométricas, estavam mais preocupados em realizar a tarefa com êxito. Já estavam acostumados com o manuseio do Tangram em sala de aula, mas não estão acostumadas com o ambiente virtual e custaram um pouco a se adaptar. Também alguns terminais ficaram sem internet e foi necessário recomeçar algumas vezes, mas todos conseguiram realizar a tarefa.
Quando voltamos do lanche, apresentavam sinais de cansaço e, então, resolvi passar para a atividade da Reforma da Sala para a concretitude de mais um dos objetivos propostos, bem como para encaminhar o processo de avaliação das aprendizagens.
Gostaram muito de ouvir a história do seu João onde eram instigados a recobrir uma superfície com composição de mosaicos, utilizando-se dos azulejos comprados pela dona Mônica, através da estimativa visual.
Os “chutes” foram os mais variados possíveis, 60, 200, 300 azulejos. Vamos, então, tentar recobrir a sala como nos pede seu João?
Leram as instruções e no início tiveram bastante dificuldade no manuseio do mouse na hora de unis as pecinhas, mas ao poucos, foram tentando daqui e dali e conseguiram revestir a sala de azulejos com relativo sucesso. Todos estavam muito eufóricos. Então, perguntei-lhes pelo rodapé. O que é rodapé, profi?
Expliquei o que era. Alguns até meio que começaram a choramingar, pois já estavam cansados e teriam que recomeçar tudo novamente.
Solicitei que contassem as peças utilizadas até o momento num total de 18, bem diferente do que haviam estimado no início. Questionei-lhes frente a essa nova realidade de quantas peças precisariam para revestir o rodapé. É lógico que agora o número foi bem menor: 12, 17, 20. Um aluno propôs que poderiam utilizar as mesmas peças, porém sendo necessário cortá-las. Ele iniciou a tarefa e os demais foram olhando o que faziam e de início foram copiando, depois começaram a surgir novas idéias quanto ao recorte das peças e assim cada trabalho foi adquirindo as características da dupla. Percebi que nem todos utilizaram o mesmo número de peças, houve uma pequena variação. Mas, o importante é que cada dupla terminou sua tarefa.
Na aula anterior, havíamos feito, a estimativa do número de parque utilizados na composição da nossa sala. Os números foram bastante elevados em torno de 15.000, 18.000 e 20.000.
Quando retornamos a sala de aula retornei ao assunto. A aluna Talita mencionou que havia consultado seu pai que é arquiteto e ele havia afirmado que cada parque mede 3 cm X 7 cm e que o número de peças utilizados depende do tamanho da sala.
-Vamos, então, contar o número de parques utilizado na nossa sala?
Alguns chegaram a esboçar a tentativa de contá-los e até começaram a marcar com giz os que já haviam contado. Mas gerou muito tumulto e confusão, então chegaram à conclusão que o ideal seria fazer o cálculo e escrevemos um bilhete no quadro convidando o pai da Talita para nos ajudar nessa tarefa.

CONCLUSÃO

Esta atividade gerou muitas outras através do uso de material concreto como suporte para o ambiente virtual a que os alunos não tem acesso freqüente. E também gerou a perspectiva de uma atividade posterior com a possibilidade da vinda de uma pessoa da comunidade ( pai e arquiteto) para acrescentar um pouco mais às aprendizagens já construídas até o momento.
Não havia ainda trabalhado com Arquiteturas Pedagógicas com meus alunos e foi uma experiência bastante gratificante.
O caráter dessas arquiteturas pedagógicas é pensar a aprendizagem como um trabalho artesanal, construído na vivência de experiências e na demanda de ação, interação e meta-reflexão do sujeito sobre os fatos, os objetos e o meio ambiente sociológico (Kackhove , 2003).
Para Piaget “é na interação do sujeito sobre o objeto que sujeito e objeto transformam-se por força da própria interação”. O sujeito assimila os objetos, isto é, age sobre eles transformando-os em função dos esquemas que dispõe. Assimilar implica, pois, em transformação do sujeito, impondo-lhe modificações para as quais nem sempre dispõe.
Torna-se necessário, portanto, construir instrumentos ( estruturas ou esquemas) através da modificação dos instrumentos já existentes ou por construção de novos. Torna-se necessário que o sujeito transforme a si mesmo, provocando que as novas assimilações sejam diferentes e melhores que as anteriores e ampliem as possibilidades


O aluno constrói o conhecimento como conteúdo e também como condição básica para a assimilação de novos saberes.
Agindo dessa forma, o professor tornará possível e viável o processo de aprendizagem e a apropriação e a (re)criação do conhecimento para cada um se torne sujeito de sua própria história e não meros reprodutores de modelos já existentes.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Aula presencial de EJA


Dia 1 de dezembro tivemos nossa aula presencial de EJA com a apresentação de Poster. O poster de nosso grupo A'Anormais estava muito lindo e a aula então nem se fala maravilhosa. Houve muitas trocas e aprendizagens.

Nossa pesquisa foi feita com alunos de EJA oriundo das mais diversas escolas de Porto Alegre, cachoeirinha, Gravatai e Viamão. Público formado por jovens e adultos entre 15 e 53 anos, na sua maioria oriundos de Porto Alegre e residentes em cidades da grande Porto Alegre: Viamão, Gravatai, Cachoeirinha.
O outro grupo que fez a pesquisa com alunos de EJA levantou dados de duas comunidades diferentes de Gravati e concluimos que as característicasdo público varia de acordo com a comunidade na qual está inserida.Na comuniddade que fica nno interior de uma vila a escola era o ponto de referência e eram jovens na sua maioria entre 15 e 18 anos muitos usuários de droga e com um vocabulário próprio com o uso de gíria. Na outra, um pouco mais afastada o grupo é mais heterogêneo na idade,jovens e adultos, inclusive com uma aluna de 73 anos que vai se formar esse ano é que é a líder e foi escolhda a oradora da turma.

Para mim a EJA tinha na sua função restauradora a alfabetização de adultos e só agora me dei conta que também abriga jovens entre 15 e 18 anos que por um motivo ou outro não se adaptaram ao sistema do ensino regular, com um histórico de fracasso escolar.

Síntese Portfólio


IVO VIU A UVA. Quem de nós educadores já não viu e ouviu essa frase e não sabe de sua representatividade. A partir dela, professores alfabetizaram gerações e gerações e muitos ainda continuam alfabetizando seus alunos usando métodos não muito diferentes e até mesmo cartilhas, dissimuladas através de novas nomenclaturas. Parece que na educação as coisas andam de vagar, não acompanham o ritmo frenético das mudanças que ocorrem através de um mundo globalizado onde as notícias e as informações ocorrem quase que instantaneamente.
Precisou surgir um estudioso como Paulo Freire, cuja sensibilidade permitiu perceber quão distante do interesse de jovens e adultos que chegavam à escola após um longo dia de trabalho ou sem trabalho, estavam os jargões instituídos nessas cartilhas e através de “temas geradores” inovou a alfabetização no Brasil e também em outros países. E com isso, oportunizou que outros estudiosos prosseguissem a discutir sobre tão apaixonante tema, ensinar homens e mulheres a descobrir um mundo novo que lhe permita a simples liberdade de ir e vir e de sonhar com a possibilidade de uma melhor condição de vida para si e para aqueles a quem amam.
OLIVEIRA, 1999, no texto “Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento” aponta que a EJA é constituída por um público diferenciado por vários motivos, entre eles, por ser formado por jovens e adultos, isto é, “por não crianças” e, que diferentemente da criança, trazem consigo uma experiência longa e complexa estabelecida nas relações de trabalho e também uma maior reflexão sobre o conhecimento e o processo de aprendizagem que deveriam contribuir para o seu sucesso escolar.
No entanto, também são pessoas analfabetas ou com histórico de fracasso escolar e que em virtude desses fatores apresentam sentimento de baixa estima, associada ao cansaço e a condição socioeconômica que não lhes permite investir em sua formação, acrescidas pelo sentimento de vergonha de freqüentar tardiamente a escola. Esses fatores provocam o alto índice de evasão escolar nessa modalidade.
Também os currículos, programas e métodos de ensino são pensados para crianças e jovens com uma trajetória de vida escolar regular o que pode ocasionar situações bastante inadequadas de aprendizagens que contribuem também para o alto índice de evasão escolar dos alunos de EJA que voltam tardiamente à escola para se alfabetizar ou complementar seus estudos que por um motivo ou outro foram interrompidos.
O professor de EJA deve compreender toda a complexidade desse quadro e criar situações pedagógicas que satisfaçam suas necessidades de aprendizagem, pois quanto maior for à experiência e domínio dos códigos de leitura e de escrita, maiores serão suas chances de manterem-se atualizados e revigorados física e psicologicamente. Do bem estar físico e psicológico desses indivíduos e da aproximação de uma prática pedagógica que utiliza a linguagem dos mesmos dependerá o sucesso do ensino-aprendizagem.
Depois dessa reflexão eu diria que “O PROFESSOR IVO, NÃO VIU A UVA”, isto é, não percebeu a riqueza de significados e significações contidas nessa pequena frase e perdeu a oportunidade de através dela construir conhecimento junto com seus alunos, ao invés de fazê-los repeti-la incessantemente sem sentido e sem nexo, isolada, fora do texto e do contexto.
Falar de plantio e colheita da uva é totalmente compreensível para um adulto que sabe da importância e da necessidade do trabalho para o seu sustento e da família, mas não podemos esquecer que a EJA também atende uma faixa intermediária de jovens adolescentes, entre 15 e 18 anos que muitas vezes ainda não trabalham, usam gírias ou até mesmo já estão inseridos no mundo da drogadição. E a eles também o professor tem que encantar.
Como falar de uva para nossos pequeninos que vem para escola, diferentemente de alunos adultos cansados ou frustrados, cheios de energia e vontade de aprender da maneira que mais gostam, através da brincadeira. E, mais como falar de uva e encantar alunos surdos. A Língua de Sinas – LIBRA- tem seus ritmos, sabores, nuances e sons que não são perceptíveis aos nossos ouvidos, além do mais são em minoria que pertencem uma comunidade própria, mas que também estão inseridos na vida e na comunidade dos ouvintes.
Toda essa analogia significa que o professor precisa identificar e conhecer o seu aluno quer seja de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio ou de EJA ou com Necessidades Educacionais Especiais para que através do uso de uma linguagem que seja de seu entendimento e vá de encontro aos seus interesses e necessidades planejar suas aulas de forma a aliar o “para quê” ao “como” com o intuito de atingir os objetivos a que se propõe a escola como instituição balizada para oferecer ao aluno uma educação inclusiva e de qualidade.
A perspectiva de um currículo mais flexível não necessariamente significa a solução. Corre-se o perigo de reforçar, sem intenção, a uniformização que contradiz a realidade da diversidade. Mas, então, como não entrarmos nesse engodo?
Atualmente no PEAD construímos e somos instigadas a construir com nossos alunos Projetos de Aprendizagem. Com eles nos abrimos à possibilidade da utilização de ferramentas tecnológicas, entre elas, a Internet, fonte de pesquisa e informação que devemos usar a nosso favor. Esses projetos partem de assuntos de interesse do aluno e são construídos de forma colaborativa e de autoria própria e dá abertura a novos questionamentos e possibilita a formação de indivíduos "pensantes", críticos e capazes de construir aprendizagens e buscar novos conhecimentos pela vida afora...

QUESTÃO 2: Análise do Portfólio da colega Nair Marili http://lilapead.blogspot.com/

Visitando o portfólio de Aprendizagens de outros colegas de outros pólos a fim de realizar a atividade solicitada me chamou atenção o Bloger da colega Marili do Pólo de Alvorada pela sinceridade e honestidade em uma de suas últimas postagens. Precisamente do dia 14 de novembro ela relata que seu grupo teve muita dificuldade em traduzir o vídeo que apresentava um diálogo entre moças surdas e então solicitaram ajuda a um amigo que fala a LIBRAS que gentilmente traduziu o diálogo.
Essa atitude da colega reportou-me a uma das primeiras atividades desse semestre da Interdisciplina de Didática e Planejamento sobre as marcas que professores deixam em seus alunos. Minha colega está de parabéns, pois com certeza assim como aluna ela passa toda essa idéia de honestidade para com seus professores provavelmente sua atitude com seus alunos não será diferente. Esse é um dos motivos da importância da construção do portfólio como espaço de reflexão de aprendizagens, mas como reflexo também de atos e atitudes do aluno.
Percebi também que suas postagens são curtas, porém concisas e evidenciam reflexões sobre as aprendizagens enquanto aluna do PEAD e também como professora onde relata atividades desenvolvidas com seus alunos.
Não apresenta um grande número de postagens, porém são regulares. São feitas basicamente uma postagem por semana, contemplando normalmente apenas uma Interdisciplina. Portanto, nesse sentido percebo que a colega perdeu a oportunidade valiosa de perceber e registrar a forma como elas estão articuladas as Interdisciplinas de maneira a uma dar suporte a outra. Uma mesma atividade pode contemplar várias Interdisciplinas ao mesmo tempo. Seria um exercício que provavelmente refletiria na sua prática pedagógica no momento de fazer o seu planejamento de aula de modo a contemplar a interdisciplinaridade, evitando assim, a fragmentação de conteúdos.
Em nenhum momento houve a reprodução de uma atividade em si, embora em alguns momentos houvesse solicitação por parte da tutora ou professora para que determinadas atividades realizadas com seus alunos fossem explicitadas de maneira mais detalhadas, contemplando as estratégias utilizadas e os resultados obtidos e não houve um retorno por parte da colega nem mesmo no espaço dedicado aos comentários. Não explora o espaço de comentários para estabelecer diálogo com professores, tutores e visitantes. Considero este espaço como uma oportunidade de reflexão e de interação.
O espaço visual é agradável e convida o leitor á navegar através do mesmo. Ter a oportunidade de “passear” por um Blog é também um momento de aprendizagem, de reflexão e de emoções, pois acabamos conhecendo um pouco mais sobre a pessoa, sua maneira de pensar e de agir ainda que virtualmente. Para Piaget, “cognitivo e afetivo são inseparáveis, andam lado a lado no processo ensino-aprendizagem”.

Essa foi minha Reflexão Síntese e estou envaidecida com o comentário feito pela professora Denice Comerlato sobre o mesmo.Para mim culminou com uma aprendizagem construída não só no Eixo 7, mas como resultado das aprendizagens construídas ao longo do PEAD.


Postado por Denise Maria Comerlato em 03/12/2009 15:34
Prezada Neuza, fiquei muito gratificada ao ler tuas Reflexões-Sínteses do Eixo VII. Percebe-se em teu texto a apropriação dos principais conceitos trabalhados nas interdisciplinas, assim como o estabelecimento de relações entre elas. Observei que Frei Beto foi uma linha condutora e inspiradora da tua reflexão, de um pensar próprio, verdadeiro, com autoria. Isso significa em que te colocaste inteira, como educadora comprometida, intelectual crítica e, ao mesmo tempo, pessoa que sente e se emociona com o trabalho que realizas. O mesmo acontece com a análise dos portfólios, da colega e teu. São análises sérias que contribuem para qualificar, cada vez mais, a página que registra a trajetória de vocês no Curso. Nada tenho a acrescentar a não ser te parabenizar pelo trabalho que vens realizando, tanto na PEAD quanto junto ao teu grupo de alunos! Um grande abraço, Profª Denise Comerlato

domingo, 29 de novembro de 2009

Retorno a a tividade de Planaejamento


No dia 1° de novembro fiz duas postgens: Tema Geradores e Planejamento.

A atividade de Tema Geradores, juntamente com os comntários da tutora Patrícia me inspirou e me auxiliou na construção da primeira questão do Workshop.

A de Planejamento precisou ser alterada em função dos comentários da profi Thaise Silva, pois não havia entendido o significado da SISTEMATIZAÇÃO e por isso estou retornando a postagem com as atualidades. Assim que obtiver os comentários finais, retornarei com os mesmos.PEAD/ UFRGS – INTERDISCIPLINA LINGUAGEM E EDUCAÇÃO – 2009/02
ALUNA: NEUZA TEREZINHA DA ROCHA
POLO: GRAVATAÍ
PROFESSORA RESPONSÁVEL: THAISE SILVA

TURMA: 2º ano de Ensino Fundamental
TEMÁTICA: O CIRCO

JUSTIFICATIVA

Os alunos estão eufóricos com a presença do circo na comunidade. A professora percebe, então, a oportunidade para abordar o assunto de forma a ampliar os conhecimentos dos mesmos, sobre a arte circense, uma das mais antigas que está se atualizando por meio da incorporação de novas linguagens, atraindo cada vez mais pessoas e, principalmente o público infantil.
A temática é de interesse dos alunos e permite também a abordagem de conteúdos de forma criativa e prazerosa.

ROTEIRO DE ATIVIDADE
1. LEITURA
1.1 – OBJETIVO
Oportunizar situações e momentos diferenciados através dos quais os alunos exercitem a leitura, a imaginação e a expressão oral.
1. 2 – ORGANIZAÇÃO DA TURMA
Alunos estarão sentados em círculo, no chão.
1. 3 – ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
Livros e textos sobre o Circo estarão à disposição dos alunos sobre a mesa da professora.
1. 4– DESENVOLVIMENTO
Inicialmente a professora solicita que os alunos juntamente com ela sentem-se no chão e inicia a leitura do conto: “O Nariz do Palhaço” extraído do livro “Bagunça Feita” de Edson Gabriel Garcia.
Em seguida, propõe um entendimento da história e dos acontecimentos e a ordem em que os mesmos acontecem, identificando como a história começa; quando aparece o problema e seu desfecho.
O texto contém uma ilustração atraente e a professora chamará a atenção dos alunos para os personagens que aparecem que poderão ser facilmente identificados através da ilustração de suas roupas e as atividades que exercem.
A professora deverá conversar também sobre o circo, questionando: - Quem gosta de circo? Quem já foi ao circo? O que mais gostou? O que fazem os artistas?
- Esses personagens são vistos apenas no circo? Ou também em outros lugares?
Após, os alunos serão instigados a procurar no material disponível sobre a mesa o que mais lhe agradar para proceder à leitura individual. Nesse momento haverá rodízio de textos e ou histórias entre os alunos.
2. - PRODUÇÃO TEXTUAL
2. 1- OBJETIVO
Produzir um texto através da apropriação das idéias da história contada pela professora e também das leituras e vivências de cada um.
2. 2 – ORGANIZAÇÃO DA TURMA
Alunos sentados em grupos de 4, conforme combinações estabelecidas enquanto ainda estavam na formação original.
2. 3 – ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
Será utilizado o material individual e do cotidiano do aluno, ou seja, lápis, borracha e folha pautada distribuída pela professora.
2. 4 - DESENVOLVIMENTO
Cada grupo construirá seu texto e fará a leitura e correção do mesmo junto à professora com o auxílio do dicionário, dos textos e livros disponíveis.
Durante a correção será dada ênfase a escrita dos nomes próprios com intuito de prepará-los para atividade de sistematização.
3 - JOGO – Adaptação jogo de Stop.
3. 1- OBJETIVO
Desenvolver a atenção, a destreza, o respeito e o espírito de cooperação no intuito de realizar a tarefa de forma correta, num esforço coletivo.
3. 2 - ORGANIZAÇÃO DA TURMA
Alunos sentados em grupo conforme formação anterior.
3. 3 – ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
Folha mimeografada distribuída pela professora, lápis e borracha.
3. 4 – DESENVOVIMENTO
A professora solicitará que cada grupo liste um maior número de personagens do circo num tempo determinado. Vence o grupo que obtiver o maior número de personagens.
4. – SISTEMATIZAÇÃO – nome próprio.
4.1 – OBJETIVO
Escrever corretamente nomes próprios, utilizando o emprego da letra maiúscula.
4. 2 – ORGANIZAÇÃO DA TURMA
Alunos ainda continuarão sentados em grupo, após o término do jogo e passarão a realizar a próxima atividade
4. 3 – ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
Quadro negro, giz, folhas de ofício, cartolina, lápis de cor e material de sucata solicitado anteriormente pela professora.
4. 4 – DESENVOLVIMENTO
A professora dará início à tarefa traçando uma linha divisória no quadro e solicitando que alternadamente alunos de cada grupo listem os personagens surgidos durante o jogo. (A correção de eventuais erros será feita coletivamente). Em seguida, a professora passará a escrever na outra metade do quadro nomes próprios que serão atribuídos aos personagens pelos alunos. Deverão comparar as duas listas de modo a observar que na lista com os nomes dos personagens as palavras começam com letra maiúscula e, na outra com letra minúscula.
Por último, cada grupo deverá retornar ao texto inicial identificar os personagens com seus devidos nomes ou atribuir-lhes nomes próprios caso ainda não tenham, caracterizá-los e apresentá-los aos demais colegas.

O NARIZ DO PALHAÇO – texto que foi lido pela professora
Certa vez, instalado numa cidade grande, o circo Bagunça Feita dava mais um espetáculo.
_ Mocotó, é a sua vez de entrar no picadeiro! A criançada está esperando você!
Era a voz do Lambari chamando o palhaço para fazer estripulias de sempre.
Mocotó suspirou fundo, escovou as pontas dos sapatos de bico fino, ajeitou o elástico da cintura e respondeu:
_Já estou indo... j á estou indo...
Mocotó deu dois passos, mas parou.
_Ué, onde está meu nariz de bola vermelha?
Sem saber onde estava seu nariz de bola vermelha, Mocotó voltou ao camarim reclamando:
_Palhaço sem nariz de palhaço não é palhaço! Que é que eu faço sem nariz de palhaço?
Como não tinha ninguém no camarim, o palhaço pôs-se a procurar seu nariz.
Meteu a mão dentro do baú do mágico Zé Gogó e puxou três dúzias de coelhos, sete lenços coloridos, oito guarda-chuvas, quatro pombos, quinze dúzias de flores, três pares de meia, duas cuecas e...nenhum nariz de bola vermelha de palhaço.
Procura que procura e nada de achar.
Ele deu uma olhada geral no camarim: roupas penduradas, perucas, bolas, armação de ferro, palmatória, cadeiras, espelho, tudo, menos seu nariz de bola vermelha.
_Só falta olhar na caixinha do Domador de Pulgas... mas não sei se devo mexer com as pulgas...esses bichos...
De novo o grito do dono do circo:
_Ei, Mocotó, o pessoal não agüenta mais esperar!
Mocotó nem respondeu. Apavorado, quase chorando, aproximou-se da caixa de pulgas e espiou pelo buraquinho. As pulgas, danadas, brincalhonas, foram logo fazendo gozação com o palhaço:
_Palhaço boboca nariz de pipoca!
_Palhaço boboca, nariz de pipoca!
Mocotó até gostou da brincadeira e pensou: “Se elas disseram que eu tnho nariz de pipoca é porque eu tenho, ora bolas!”
Ele deu meia volta no corpo e foi em direção ao espelho do camarim.
Surpresa!
_E não é que o meu nariz de bola vermelha está em cima do meu nariz de verdade?
Satisfeito, Mocotó não esperou o dono do circo, chamá-lo outra vez. Botou um grande sorriso preto e branco embaixo do nariz de bola vermelha e entrou no picadeiro, gritando:
_Hoje tem espetáculo?
E a platéia alegre respondeu em coro:
_Tem, sim senhor!
Edson Gabriel Garcia
Circo Bagunça Feita.
São Paulo: Moderna, 1986.
Esta aula gerou o Projeto de Aprendizagem. http://circodasaprendencias.pbworks.com

domingo, 22 de novembro de 2009

Conclusões do PA "Circodasaprendencias


Após o retono das respostas do questionário, resolvi construir com meus alunos um gráfico sobre alguns itens do questionário que foram selecionados por eles próprios. Decidiram-se pelas seguintes questões:



Do que você mais gostou no circo?



Havia animais no circo?



Quais?



A atividade iniciou com as crianças sentadas em "U" e com as questões selecionadas escritas em folha de ofício. Definimos também as cores que iriam representar cada item. Um saco contendo os legos passariam de mão em mão

de maneira que odos pudessem participar enquanto um aluno iria marcando os pontos e acompanhando no quadro.

Foi bastante demorado e tivemos que interromper a atividade, pois tínhamos aula de Educação Física. Mesmo assim

conseguimos terminá-la e por sugestão dos alunos identificamos cada item da questão com uma gravura colada num palito. Em seguida, combinamos que cada aluno representaria o gráfico conforme o seu entendimento.



Concluimos essa atividade e tentamos fazer um registro da mesma. Porém, não conseguimos devido ao adiantado da hora e porque também não surgia uma proposta adequada. Combinamos que no outro dia retornaríamos a atividade que começou meio devagar dando a impressão que não íamos muito longe.



CONCLUSÂO



Cada personagem do circo tinha um voto. O palhaço teve 8 votos. O Globo da Morte 6 votos, 3 para os animais e 2 para o trapezista.Vimos que o palhaço foi o vencedor e que havia muitos animais nos circo que foram, mas não era do que mais gostavam. Gostavam mais do palhaço que sempre foi a personagem de mais sucesso e que aparece sempre.

Através das leituras, pesquisas e conversas com nossos parentes descobrimos também que os animais moravam no circo em jaulas, gaiolas e não na floresta que é o seu "habitat" natural.



O mágico que esteve na escola também tinha animais em sua apresentações, mas ele nos ensinou que devemos cuidar muito bem deles e nos contou a história do seu cão que foi encontrado na lata de lixo e que ele cuidou, deu comida e ele melhorou e até hoje o acompanha.



Também vimos que alguns circos como o Cirque Du Soleil - Circo do Sol - não tem animais em suas apresentações. Nesse circo tem palhaço, trapezista, contorcionista, malabarista. tem muitas personagen, cores, luzes, danças e música. É um show. No ano passado esse circo esteve na inauguração do Barra Shopping.Soubemos que o ingresso é bastante caro. A tia da Paloma assistiu e vimos uma foto onde ela aparece sorridente assistindo ao espetáculo.



No circo de antes tinha até lutas de gladiadores e corridas de carros puxados por cavalos. Eram espetáculos bem violentos. Agora, nem se pensa mais nisso! As apresentações com animais estão sendo substituídas por novas atrações.



Para ter animais nos circos os donos precisam assinar papéis para ser totalmente legalizados o seu uso em sua apresentações. Eles se comprometem a cuidar dos animais dando comida e água e não maltratando-os, pois muitas vezes os animais são abandonados e morrem de fome e de sede.



Agora já temos circos mais modernos e os animais estão sendo soltos para ficar na selva e também nos zoológicos onde são bem cuidados e podem ser admirados e conhecidos por todos.

CONSIDERAÇÕES DA PROFI:

Considero essa uma primeira tentativa de colocar de registrar a tentativa de um Projeto de Aprendizagem construído juntamente com meus alunos. Certamente houve falhas. Mas, valeu sobretudo como iniciativa e vontade de inovar na construçõ de conhecimentos de forma interativa e colaborativa.



Foi válida, com ceteza! Principalmente porque meus alunos foram pesquisadores tenazes o que absorveu bastante tempo e que resultou até em algumas reclamações por parte dos pais porque seus filhos estavam fazendo poucos exercícios.



Me surpreendi com o vocabulário que usaram e na apropriação que fizeram da leitura e da escrita, ficando muitas vezes evidente nelas os jeitos e trejeitos da profi .Não sei até aonde ou o quanto isso é válido, mas eu me senti bastante orgulhosa com isso. Reflete uma construção e uma caminhada feito ao longo do ano e não somente nesse momento.

Gostaria de registrar também que o que era para ser um gráfico resultou eu diria num MAPA CONCEITUAL, pois depois dele e apartir dele os alunos foram construindo de maneira expontânea e natural um texto colaborativo que respondia algumas de suas dúvidas e certezas temporárias bem como a questão norteadora do PA.

domingo, 15 de novembro de 2009

EJA como resgate de uma dívida social

Esta semana passamos eu, e meu grupo A'normais, Mara, Marília, Neila, envolvidas nas pesquisas, gráficos e levantamentos para construirmos um Poster sobre EJA e sensibilizada me prontifiquei a escrever um síntese sobre o que havíamos construído até então que provavelmente algumas dessas falas irão aparecer na versão final, logicamente, enriquecidas, costuradas, alinhavadas com as idéias e conclusões das demais colegas, pois afinal aprendemos na interação e nas trocas umas com as outras.
Aí vai o que escrevi:

Não há um consenso quanto ao início da EJA – Educação de Jovens no Brasil. Acredita-se que essa prática tenha iniciado no Brasil nos idos de sua colonização quando da chegada da Cia de Jesus, em 1549, através da evangelização e catequização dos índios.
Para pensar e situar a EJA nos dias atuais é necessário nos remeter a Educação de Adultos – EDA- relegada ao um segundo plano no âmbito das políticas públicas voltadas aos excluídos no campo econômico, social e político-cultural da sociedade brasileira bem como nos aponta Comerlato (1998).
Falar em EJA nos remete pensar em uma dívida social que carece de reparo por políticas inclusivas, equalizadoras e qualificadoras. Visto sob essa perspectiva, a EJA representa o resgate de uma dívida social com aqueles que não tiveram acesso e nem domínio da leitura e da escrita, na escola ou fora dela numa sociedade que se diz altamente letrada.
Muitos foram os momentos marcantes e as tentativas de erradicar o analfabetismo de nosso país e que foram abortadas por uma elite “politiqueira” que não vê interesse no empoderamento que a alfabetização representa para aqueles sujeitos que vivem à margem da sociedade e que na sua maioria representa a força bruta de trabalho.
Surge, porém nos anos de 1960 a figura de Paulo Freire cuja sensibilidade permitiu perceber quão ingênuas e distantes do interesse de jovens e adultos que chegavam cansados de um dia de trabalho ou de um dia sem trabalho se encontravam as cartilhas de alfabetização. E através dos “temas geradores” inovou a alfabetização não apenas como leitura de texto, mas, sobretudo, como uma leitura de contexto , possibilitando ao aluno que juntamente com a descoberta do código de leitura e escrita fosse ao mesmo tempo relendo e reescrevendo de forma crítica e dialógica o mundo no qual vive, gravita, age e reage, cria e procria.
Falamos de re (leitura) e de re (escrita) de mundo, pois a primeira leitura e escrita foi forjada, na sua infância, no manuseio da pá e da enxada nas lidas rurais auxiliando seus pais, ou quando adulto colocando tijolo sobre tijolo na construção de uma vida marcada pelo sofrimento, descriminação e humilhação. Sim porque ser analfabeto é estigma de ignorante, de indolente de preguiçoso e até quem sabe de presunçoso.
A EJA simboliza o resgate de uma dívida social com aqueles que não tiveram acesso ou domínio da leitura e da escrita.
Nesta busca o que o professor de EJA deve investigar não os homens, mas o seu pensamento-linguagem e os seus níveis de percepção sobre a realidade que os cerca de maneira a questioná-la e conhecê-la sobre diferentes ângulos e perspectivas de modo a (re) estruturá-las (re) significá-las no encontro de soluções no constructo de uma sociedade mais igualitária e mais solidária.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

SANT’ANNA, Sita Mara Lopes. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, Uma perspectiva histórica.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagens. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999, n. 12, p. 59-73.

domingo, 8 de novembro de 2009

Algumas das aventuras na construção de um PA


Há alguns dias iniciamos a construção de um Projeto de Aprendizagem que tem como temática O CIRCO eque tem representado para mim momentos de reflexão e aprendizagens.

Na Sexta-feira ( 06/11) fomos até a sala de vídeo para uma "sessão-cinema" com direito, inclusive a pipoca.
Assistimos a um filme com atrações do Circo du Soleil. De volta à sala de aula resolvemos criar um texto coletivo que ficou assim:



CIRCO DU SOLEIL = Circo do Sol



É diferente dos outros circos porque tem atrações diferentes. Tem música. Sempre aparece uma mulher com vestido preto e outra com vestido branco que estão cantando.

Aparecem atores e palhaços, porém não tem mágico e nem globo da morte. Só tem pessoas trabalhando. Não tem animais.

Achamos que a maioria dos artistas são chineses porque sua aparência é idêntica as fotografias de pessoas chinesas que a aparecem num jornal que nossa colega Paloma trouxe para a sala de aula.

A Sandy, porém falou que a maquiagem poderia deixar as pessoas com essa aparência. (olhos puxados).

Vale a pena ir nesse circo porque vemos muitos contorcionistas.



Obs: Ficou evidente que os alunos já são capazes de criar um texto com uma certa estrutura (início,meio e fim) e observando uma sequência lógica.( Com direito a recheio e tudo mais, Uauuuuu!!!)

IMPORTANTÍSSIMO: Só agora, após as leituras para as a realização da atividade de comentário sobre as questões da atividade 5 de Seminário Integrador, a profi se deu conta que esqueceu de construir juntamente com os alunos a questão norteadora, Sem ela corremos o risco de andar em círculo e perdermos a oportunidade de nos tornarmos sujeitos investigativos desse processo.

PROVIDENCIAREMOS!!! Somos marinheiros de primeira viagem.

Algumas considerações:

O Projeo de Aprendizagem tem uma estrutura que precisa ser mantida. Exige planejamento, reflexão e sobretudo mudança de postura do professor que deixa a posição de dono do saber e passa ser aprendiz e sujeito de pesquisa juntamente com seus alunos. Constrói-se conhecimentos na interação e de forma colaborativa o que gera com certeza uma ampliação e maior compreensão do saber.
Acredito que essa postagem diz respeito a todas as Interdisciplinas, pois parte de assunto de interesse dos alunos, envolve planejamento, reflexão. O PA tem também uma estrutura que precisa ser mantida:

domingo, 1 de novembro de 2009

Temas Geradores


Outra atividade bastante interessante da semana foi a da Interdisciplina de Didática e Planejamento sobre TEMA GERADORES.
Permitiu uma reflexão sobre o tema e também sobre a figura de Paulo Freire cuja sensibilidade lhe permitiu perceber quão inggênuas e distantes do interesse de jovens e adultos que chegavam cansados de uma dia de trabalho ou de um dia sem trabalho eram as cartilhas de alfabetização.
E através dos "temas geradores" inovou a alfabetização não como apenas a leitura de texto, mas , sobretudo, como uma leitura de contexto, possibilitando ao aluno que juntamente com a descoberta do código de leitura e de escrita fosse ao mesmo tempo fazendo uma relendo e reescrevendo de forma crítica e dialógica o mundo no qual estava inserido.

Cativou-me também o texto escrito por Frei Betto por ocasião de sua morte.

Paulo Freire:a leitura do mundo.

"Ivo viu a uva", ensinavam os manuais de alfabetização. Mas, o professor Paulo Freire, com seu método de alfabetizar conscientizando, fez adultos e crianças, no Brasil e na Guiné Bissau, na Índia e na Nicarágua, descobrirem que Ivo não viu apenas a uva com os olhos. Viu também com a mente e se perguntou se a uva é natureza ou cultura.
Ivo viu que a fruta não resulta do trabalho humano. É Criação, é natureza. Paulo Freire ensinou a Ivo que semear uva é ação humana na e sobre a natureza. É a mão, multiferramenta, despertando as potencialidades do fruto. Assim como o próprio ser humano foi semeado pela natureza em anos e anos de evolução do Cosmos. Colher a uva, esmagá-la e transformá-la em vinho é cultura, assinalou Paulo Freire. O trabalho humaniza a natureza e, ao realizá-lo, o homem e a mulher se humanizam. Trabalho que instaura o nó de relações, a vida social. Graças ao professor, que iniciou sua pedagogia revolucionária com operários de Senai de Pernambuco, Ivo viu também que a uva é colhida por bóias-frias, que ganham pouco, e comercializada por atravessadores, que ganham melhor.
Ivo aprendeu com Paulo que, mesmo sem ainda saber ler, ele não é uma pessoa ignorante. Antes de aprender as letras, Ivo sabia erguer uma casa, tijolo a tijolo. O médico, o advogado ou o dentista, com todo o seu estudo, não era capaz de construir como Ivo. Paulo Freire ensinou a Ivo que não existe ninguém mais culto do que o outro, existem culturas paralelas, distintas, que se complementam na vida social. Ivo viu a uva e Paulo Freire mostrou-lhe os cachos, a parreira, a plantação inteira. Ensinou a Ivo que a leitura de um texto é tanto melhor compreendida quanto mais se insere o texto no contexto que Ivo extrai o pretexto para agir. No início, meio e fim do aprendizado é a práxis de Ivo que importa. Práxis-teoria-práxis, num processo indutivo que torna o educando sujeito histórico.
Ivo viu a uva e não viu a ave que, de cima, enxerga a parreira e não vê a uva. O que Ivo vê é diferente do que a ave vê. Assim, Paulo Freire ensinou a Ivo um princípio fundamental da epistemologia: a cabeça pesa onde os pés pisam. O mundo desigual pode ser lido pela ótica do opressor ou pela ótica do oprimido. Resulta uma leitura tão diferente uma da outra como entre a visão de Ptolomeu, ao observar o sistema solar com os pés na Terra, e a de Copérnico, ao imaginar-se com os pés no Sol.
Agora Ivo vê a uva, a parreira e todas as relações sociais que fazem do fruto festa no cálice de vinho, mas já não vê Paulo Freire, que mergulhou no Amor na manhã de 2 de maio. Deixa-nos uma obra inestimável e um testemunho admirável de competência e coerência. Paulo deveria estar em Cuba, onde receberia o titulo de doutor honoris causa da Universidade de Havana. Ao sentir dolorido seu coração que tanto amou, pediu que eu fosse representá-lo. De passagem marcada para Israel, não me foi possível atendê-lo. Contudo, antes de embarcar, fui rezar com Nita, sua mulher e os filhos, em torno de seu semblante tranqüilo: Paulo via Deus.

Frei Betto

Fonte: http://portal.mec.gov. br/seb/arquivos/pdf/Profa/col_3.pdf, acesso em 01/12/2007.

Planejamento


Este planejamento foi solicitado pela Interdisciplina de Linguagem e Planejamento e sempre costumo textar sua viabilidade junto a turma. Por ser um tema que partiu do interessse das crianças tem rendido muitas leituras, produções e pesquisas. (Minha máquina estragou e não pude fazer o registro das fotos. É uma pena!)


PEAD/ UFRGS – INTERDISCIPLINA LINGUAGEM E EDUCAÇÃO – 2009/02
ALUNA: NEUZA TEREZINHA DA ROCHA
POLO: GRAVATAÍ
PROFESSORA RESPONSÁVEL: THAISE SILVA

TURMA: 2º ano de Ensino Fundamental
TEMÁTICA: O CIRCO

JUSTIFICATIVA

Os alunos estão eufóricos com a presença do circo na comunidade. A professora percebe, então, a oportunidade para abordar o assunto de forma a ampliar os conhecimentos dos mesmos, sobre a arte circense, uma das mais antigas que está se atualizando por meio da incorporação de novas linguagens, atraindo cada vez mais pessoas e, principalmente o público infantil.
A temática é de interesse dos alunos e permite também a abordagem de conteúdos de forma criativa e prazerosa.

ROTEIRO DE ATIVIDADE
1. LEITURA
1.1 – OBJETIVO
Oportunizar situações e momentos diferenciados através dos quais os alunos exercitem a leitura, a imaginação e a expressão oral.
1.2 – ORGANIZAÇÃO DA TURMA
Neste primeiro momento os alunos estarão sentados em circulo, no chão.
1. 3 – ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
Livros e textos sobre o Circo estarão à disposição dos alunos sobre a mesa da professora.
1.4– DESENVOLVIMENTO
Inicialmente a professora solicita que os alunos juntamente com ela sentem-se no chão e inicia a leitura do conto: “O Nariz do Palhaço” extraído do livro “Bagunça Feita” de Edson Gabriel Garcia.
Em seguida, propõe um entendimento da história e dos acontecimentos e a ordem em que os mesmos acontecem, identificando como a história começa; quando aparece o problema e seu desfecho.
O texto contém uma ilustração atraente e a professora chamará a atenção dos alunos para os personagens que aparecem que poderão ser facilmente identificados através da ilustração de suas roupas e as atividades que exercem.
A professora deverá conversar também sobre o circo, questionando: - Quem gosta de circo? Quem já foi ao circo? O que mais gostou? O que fazem os artistas?
- Esses personagens são vistos só no circo? Ou também em outros lugares?
Após, os alunos serão instigados a procurar no material disponível sobre a mesa o que mais lhe agradar para proceder à leitura individual. Nesse momento haverá rodízio de textos e ou histórias entre os alunos.

2.PRODUÇÃO TEXTUAL
2.1- OBJETIVO
Produzir um texto através da apropriação das idéias da história contada pela professora e também das leituras e vivências de cada um.
2. 2 – ORGANIZAÇÃO DA TURMA
Alunos sentados em grupos de 4.
2. 3 – ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
Será utilizado o material individual e do cotidiano do aluno, ou seja, lápis, borracha e folha pautada distribuída pela professora.
2. 4 - DESENVOLVIMENTO
Cada grupo construirá seu texto e fará a leitura e correção do mesmo junto à professora com o auxílio do dicionário, dos textos e livros disponíveis. 3 . 1 - JOGO
3. 1- OBJETIVO
Desenvolver a atenção, o espírito de cooperação e de competição necessários para o envolvimento do grupo na busca da solução adequada.
3.2 - ORGANIZAÇÃO DA TURMA
Alunos sentados em grupo.
3 . 3 – ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
Folha mimeografada, lápis e borracha.
3.4 – DESENVOVIMENTO
A professora solicitará que cada grupo liste um maior número de personagens do circo num tempo determinado. Vence o grupo que obtiver o maior número de personagens.
4. – SISTEMATIZAÇÃO
4.1 – OBJETIVO
Desenvolver a criatividade e a capacidade inventiva na busca da melhor caracterização, descrição e interpretação do personagem.
4.2 – ORGANIZAÇÃO DA TURMA
Alunos ainda continuarão sentados em grupo. Terminada a tarefa, cada grupo, por sua vez procederá, sua apresentação, neste momento se deslocando até a frente, onde inclusive, poderão utilizar um palco construído anteriormente.
4. 3 – ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
Folhas de ofício, cartolina, lápis de cor e material de sucata que já dispõe na sala de aula e que são de uso coletivo
4.4 – DESENVOLVIMENTO
Cada grupo deverá escolher uma das personagens listadas desenhá-la, identificá-la, caracterizá-la e apresentá-la aos demais grupos.( A professora terá o cuidado para que não ocorra a duplicidade de personagens).
Finalizada as apresentações, as produções, juntamente com os textos construídos serão colocadas no mural da sala de aula.


Este Planejamento sofrerá alterações para a postagem final que deverá se construída após as leituras solicitadas pela interdisciplina.

domingo, 25 de outubro de 2009

Tentando encontrar o caminho certo...

Esta semana tivemos aula presencial de Didática e Planejamento e também de EJA. Ambas interessantíssimas.
E por falar em "Planejamento" estou bastante atrapalhada com o planejamento de uma aula que preciso fazer para a Interdisciplina de Linguagem. Até agora, e já são praticamente 23 horas não consegui chegar a um consenso na preparação da atividade cujo prazo de postagem é até amahã.Percebi que a que planejei até agora não está legal e preciso refazê-la novamente. Por isso, não vou fazer uma postagem muito longa e reflexiva conforme costumo fazer. Espero até amanhã ter achado a melhor solução e então, voltarei para uma nova postagem.

domingo, 18 de outubro de 2009

Semana tranquilinha essa!!!


Semana de recuperação que para mim foi bem tranquila, pois não havia atividades apenas uma pequena retificação que precisei fazer numa atividade de Didática e Planejamento.

Tutora Cristiane: Aproveitei o feriado e a semana de recuperação para procurar na Interdisciplina de Ludicidade para tentar reparar o erro quando afirmei que Para Piaget, "a criança trabalha enquanto brinca e o adulto brinca enquanto trabalha". Ouvindo novamente a entrevista concedida à Tânia Carvalho no Programa Comportamento pela Psicopedagoga Tânia Fortuna pude então constatar meu equívoco, pois no início da entrevista ela afirma o seguinte: "Piaget dizia que para a criança o seu trabalho é o brinquedo". Espero com isso ter retificado meu engano. Abraço Neuza

Também aproveitei essa semana para assistir o filme: "Vamos passear na Vassoura da Bruxa Onilda".Possibilidades! ao meu redor ainda não conseguir assistir, pois só consegui em fita k-7 e quando fui testar meu aparelho de Vídeo Cassete, ele não estava funcionando, mesmoa assim, já respondi a primeira questão:
- Destaque aspectos positivos e desafiadores do trabalho porr Projetos.

-Lá vai minhas reflexões:

O professor será o facilitador das aprendizagens, viabilizando as informações e pesquisas e terá como incumbência estabelecer o fio condutor desse processo de modo a contemplar a flexibilização dos conteúdos. Deixa de lado a figura de “dono do saber” e passa a ser um pesquisador e aprendiz juntamente com seus alunos.
Os projetos partem de assuntos de interesse dos alunos e tem um caráter avaliativo levando em consideração o que já Trabalhar com Projetos é sempre desafiador tanto para o aluno quanto para o professor.sabem sobre o tema (dúvidas e certezas) e formativo o que estão aprendendo e como estão acompanhando o desenvolvimento dos mesmos. Exigem comprometimento dos alunos que também ficarão incumbidos do material e realização das pesquisas e ao mesmo tempo promovem a interação do grupo e a construção coletiva. Viabilizam o uso de ferramentas tecnológicas, entre elas a Internet ampla fonte de pesquisa e informação que já se encontra à disposição de nossos alunos de periferia e também favorece um amplo material áudio-visual que só vem a contribuir nessa construção.
Os alunos são autores das aprendizagens e sabemos que os Projetos nunca são fechados e previsíveis sempre darão abertura a novos questionamentos e conhecimentos e poderão, inclusive, originar a criação de novos( Projetos).


E por falar em Projetos essa semana uma atividade do seminário Integrador VII nos pegou de surpresa.Deveríamos fazer algumas reflexões sobre nosso Projeto de Aprendizagem: "A escola do Futuro, construido pelo grupo das A'Normais, constituido por mim, Mara, Neila e Sandra.

É parece que nosso grupo não é polêmico apenas no nome, dúbio, aberto a especulações as mais variadas possíveis, tal qual deve ser um PA.

Realmente, fizemos uma parceria muito boa e há uma grande interação entre o grupo, suscitando dúvidas e surpresas e deixando incrédulas muitas de nossas colegas e "quiçá" alguns profis e tutores. Eis o endereço:

http://novopadasamormais.pbworks.com

Bem, mas voltando novamente a atividade de Planejamento e Didática quanto a segunda pergunta já tenho um esboço da mesma, mas gostaria de ter opotunidade de assistir o segundo filme para conclui-la, pois o primeiro filme documenta o trabalho realizado com crianças da faixa etária dos 3 anos e o segundo apresenta algumas cenas das práticas pedagógicas de duas estagiárias das disciplinas Práticas de Ensino em Anos iniciais do Ensino Fundamental.

2. Você identifica diferenças e/ou semelhanças entre a Pedagogia de Projetos na Educação Infantil e Nos Anos Iniciais? Quais?

domingo, 11 de outubro de 2009

Seu nome é Jonas


Escolhi essa postagem porque este filme é comovente e também porque embrou-me um "caso" que existe na escola de um menino que se comunica apenas por gestos e é extremamente comunicativo, expansivo e adora dançar.
Não é meu aluno, mas está seguidamente na minha sala de aula. Já insisti junto a direção e equipe pedagógica. Atualmente contamos apenas com um profissional para fazer esses encaminhamentos para o NASCA e casos semelhantes a esses ficam sem diagnóstico por longo tempo.
Bem, vamos ao relato do filme e também alguas considerações e reflexões feitas.

Seu nome e Jonas


A história de Jonas nos mostra uma realidade bem presente e atua onde a discriminação e também a falta de informação são os pontos mais cruciais na vida de qualquer pessoa surda. Esse quadro de desinformação e descriminação predomina ainda hoje não só nas famílias de classe menos favorecida econômica e culturalmente, mas também nas famílias de classe média e alta que apresentam melhores condições financeiras e que poderiam optar por profissionais de qualidade na busca de um diagnóstico mais preciso.
Também muitas vezes, os profissionais ( médicos, psicólogos e terapeutas) tem dificuldade de precisão no diagnóstico prejudicando e comprometendo com isso o desempenho cognitivo e social de qualquer desses indivíduos.
Antigamente, não se viam pessoas deficientes, pois elas eram “escondidas” dentro de suas casas, asilos, instituições de caridade ou manicômios, pois ao apresentarem qualquer sintoma ou característica que não condiziam com as “ditas” pessoas normais eram considerados “loucos” ou “deficientes mentais” e incapazes de qualquer tipo de aprendizagem ou socialização.
Junte se a isto a rejeição e a culpa que muitos pais sentem por gerar um filho “deficiente”, surdo. Tudo isto dificulta e retarda todo o desenvolvimento da criança surda, pois quanto mais cedo ela for entendida como um ser capaz, como qualquer outra pessoa, e que se diferencia apenas por utilizar outra forma de comunicação, ou seja, a língua de sinais.
Com Jonas não foi deficiente por conta dessa mentalidade cultural e histórica de nossa sociedade, foi rejeitado e abandonado por sua família numa clínica, local que em nada contribuía para a superação de suas dificuldades.
Finalmente, após três anos de permanência na clínica o médico percebe que Jonas não apresenta nenhuma característica para ser considerado com problemas mentais e sugere sua volta ao lar. De regresso, embora o esforço de parentes ( irmão, avós, tios) não “lembra” de mais nada e mostra-se distante e ausente.
Inconformada sua mãe tenta um novo diagnóstico onde fica constatada sua surdez e passa então a fazer uso de um aparelho de surdez, incômodo, que é colocado junto ao seu corpo e que em nada lhe ajuda na comunicação e compreensão e integração com os demais e com o mundo que o cerca. Fato que o torna muitas vezes agressivo, não obstante seu enforco em fazer se entender através da emissão de sons ou gestos.
Frente a toda essa situação e já tendo o diagnóstico de surdez sua mãe resolve colocá-lo numa escola de surdos que adota a metodologia da leitura labial onde Jonas era “forçado” a falar e expressamente proibido de usar a língua de sinais, pois professores e orientadores pedagógicos consideravam essa modalidade de comunicação discriminatória e dessa forma, o menino jamais se livraria do estigma de surdo.
O pai mantinha-se alienado frente toda essa situação, embora muitas vezes integrá-lo à sociedade, levando-o a algumas atividades esportivas, juntamente com seu irmão. Mais uma vez lá Jonas era vítima de preconceito e discriminação por parte dos amigos de seu pai que não permitiam que participasse das atividades. (Sociedade ingrata e cruel, essa)!
O pai não acreditava na potencialidade de seu filho, considerava-o incapaz de jogar bola, andar de bicicleta como qualquer garoto de sua idade, a ponto de chamá-lo de “retardado” e suplicando a sua mulher que o internasse novamente na clínica. Diante da resistência da esposa resolve abandoná-los.
A mãe do menino, no entanto, não desistia dele e, embora enfrentasse muitos de sentimentos contraditórios, ora de culpa, ora de desespero. Buscava incessantemente torná-lo mais feliz essa oportunidade surgiu justamente na trajetória para a escola e percebeu um casal e uma criança que faziam o uso da língua de sinais e percebeu que eram pessoas bem resolvidas.
Numa visita ao clube de surdos ela e sua amiga que também tinha um filho surdo se surpreenderam com o ambiente alegre e descontraído onde as pessoas se comunicavam através da língua de sinais. Percebeu então que esse era o caminho para seu filho não se sentir um “alienígena” e matriculou-o numa nova escola que fazia uso dessa língua e de outras peculiaridades da cultura surda. Então, Jonas pode desenvolver o pertencimento e a identidade a que tanto desejava que só foi possível com o domínio e o uso da Língua de Sinais- LIBRAS.

domingo, 4 de outubro de 2009

Os fóruns tem dado muito "pano prá manga"


Há duas semanas tanto o Fórum de Seminário integrador que nos fala sobre Maturana e amorosidade na relação professor aluno nos faz refletir sobretudo numa educação que transcede os conteúdos e prioriza a relação professor/aluno.Há também o fórum de EJA que nos coloca frente a alfabetização como um ato social capaz de "empoderamento" dos indivíduos.Em recente participação no fórum de EJA fiz a seguinte postagem:

"A alfabetização vista como um ato social que forma indivíduos críticos, isto é, sujeitos não capazes apenas de ler e escrever, mas capazes de fazer uma leitura crítica de mundo vai contra os interesses de uma minoria que detém o poder de econômico em suas mãos e consequentemente um poder de mando.
Não é de agora que a escola sofre influência de modelos ideológicos e econômicos vigentes. O processo de desqualificação e automação de tarefas ocorrido dentro das fábricas decorrentes do Fordismo passou a se refletir no interior das escolas, onde professores e alunos vem negadas sua participação crítica nos processos educacionais que cada vez mais se distanciam da sua realidade na intenção de seguir um cronograma e um programa pré-determinado que devem ser seguidos à risca, determinando e caracterizando assim um ensino compartimentado, desvinculado à realidade social na qual estão inseridos, formando cidadãos alienados, incapazes de intervir de forma crítica, justa, solidária e democrática na comunidade.
O processo de globalização que acirra a competitividade do mercado de trabalho e produção vem provocando mudanças nos modelos econômicos, exigindo uma mudança de atitude. A nova ordem do dia é flexibilização.
No decorrer da história à escola sofre influência do modelo econômico vigente e com certeza não vai ficar imune a esse novo panorama que já se vislumbra. Portanto, é o momento para também as escolas pensarem num currículo mais flexível que permita ao professor juntamente com seus alunos construírem estratégias de aprendizagem mais condizentes com a realidade, tanto nas esolas de ensino regular quanto na modalidade de EJA".

domingo, 27 de setembro de 2009

*Muitas leituras, muitos fóruns, porém pouca produção textual


Vou eleger a atividade de Libras como a mais importante dessa semana, sobretudo porque nos faz refletir sobre a inclusão da pessoa surda na sociedade. A questão se baseava em se conhecíamos uma pessoa surda e como faríamos para nos comunicar com uma pessoa surda.

Cultura Surda e Comunidade Surda.

Há vários anos atrás quando trabalhava numa firma de digitação tinha três colegas surdos o que me causou certa estranheza, pois na época não era comum o processo de inclusão; eram meados da década de 70. Não tive um relacionamento mais próximo com eles, mas percebia que eram jovens bastante alegres e comunicativos e “conversavam” muito entre si através de gestos e sinais. Dava para perceber que eram bastantes amigos e unidos. Nessa época, imaginava que procediam dessa maneira porque era minoria dentro de um grupo, mas agora sei que isso significativa muito mais. Significava, sobretudo, que tinham uma "identidade", isto é, pertenciam à comunidade de surdos e que usavam a língua de sinais no Brasil -LIBRAS.
Na época, era uma jovem bastante tímida que tinha dificuldade de me comunicar com aqueles que falavam a mesma minha língua, portanto falar com um "estrangeiro" nem pensar! Também só agora sei de tudo isso. Que libras é uma língua e uma língua estrangeira, diferente da usual e da qual a recém aprendi o alfabeto e que, portanto, há muito a aprender.
Em libras os sinais são formados a partir da combinação da forma e movimento das mãos e do ponto no corpo onde esses sinais são feitos, isto é, alguns sinais possuem a mesma configuração de mão com a diferença de que cada uma é produzida em local diferente do corpo. As expressões faciais e corporais são de fundamental importância para o entendimento real do sinal. A entonação na linguagem de sinais é feita pela expressão facial.
Acredito que a pessoa surda tem as mesmas capacidades das ouvintes para desenvolver o físico, o emocional, o cognitivo e o social. O que ocorre é que, infelizmente, muitas vezes, por ignorância tomamos atitudes inadequadas, julgando-as incapazes de compreender o que falamos e por conta disso perdemos a naturalidade e com isso perdemos também a oportunidade de nos relacionar.
Portanto, ao conversar com um surdo jamais viraria o rosto ou baixaria o olhar, pois o diálogo é baseado na comunicação visual, além do que esse gesto significa falta de respeito e consideração e certeza acarreta um baixo sentimento de auto-estima. E, é claro, tentaria de toda a forma possível a comunicação através de gestos, expressões faciais e corporais para me fazer entender e estabelecer o diálogo.
Se caso todos esses recursos não bastassem utilizaria desenhos ou escreveria a mensagem. Se os encontros fossem casuais ou fortuitos, isso seria suficiente, porém se o convívio passasse a acontecer de maneira mais ostensiva, a aprendizagem da língua de libras seria imprescindível. Aprenderíamos na interação um com o outro.

domingo, 20 de setembro de 2009

Domingo *


Esta semana foi caracterizada pela leitura de uma série de textos de várias interdisciplinas, mas com pouca produção textual.

Apenas elaborei a atividade de de Linguagem nem sequer fiz a postagem, por isso, vou postá-la na íntegra para submetê-la a crítica, pois é um assunto que vai dar "muito pano para a manga". Ei-la!

Embora o conceito de letramento tenha surgido no Brasil a partir de 1980, a escola como instituição historicamente encarregada de introduzir a criança no mundo formal da escrita ainda insiste em ignorar tal conceito na sua práxis. Assim sendo, a escola mesmo sendo considerada a mais importante das agências de letramento não valoriza essa prática social, pois considera a alfabetização apenas sob o ponto de vista do processo de aquisição e domínio dos códigos alfabético/numérico.Diz-se que uma criança está alfabetizada quando lê e escreve, porém nem toda criança tida como alfabetizada é considerada letrada porque embora saiba ler e escrever não possui competência necessária no que se refere à apropriação e ao domínio da leitura e da escrita.Uma criança não alfabetizada pode chegar à escola já letrada, pois o letramento inicia-se muito antes, quando a mãe ou alguém da família canta canções de ninar enquanto os embalam e que quando estes já estão maiores contam e lêem histórias infantis que mais tarde com certeza, em algum momento serão recontadas e reinventadas.Não só a família é responsável pelo letramento. Este também acontece em outras circunstâncias e locais, por exemplo, na igreja e na própria e na rua que costumo me referir como sendo a extensão de pátio de suas casas, principalmente para nossas crianças de periferia. A rua, a praça são os lugares do lazer, do lúdico e onde as informações são passadas informalmente, muitas vezes, entrecortadas por risos ou até mesmo pelo choro de um joelho machucado.Portanto, o letramento não é privilégio apenas de crianças de classes sociais e econômicas mais favorecidas, talvez lá, aconteçam de uma forma mais sistematizada, mas não necessariamente. E também não é só privilégio do mundo infantil, pois adultos que reingressam na modalidade de EJA também já trazem, em virtude, de sua experiência de vida adulta e de trabalho esses processo de letramento. Dessa maneira, o professor deve trabalhar para adequar os métodos, conteúdos e processos, num sentido de valorizar essa diversidade. Portanto, letramento/alfabetização favorecem um ao outro com suas finalidades específicas e conjugar esse binômio na escola vai além de um currículo pensado unicamente sob o ponto de vista do professor e estabelece uma relação dialógica entre professor/alunos quer sejam crianças, jovens ou adultos.

domingo, 13 de setembro de 2009

Também pare que nesse semestre me tornei uma especialista em copiar!!!

Queridas alunas e alunos do Polo de Gravataí

Para quem não pode comparecem na aula presencial de LIBRAS, no dia 08/09/09, no Polo de Gravataí, posso adiantar que pelo entusiasmo dos alunos. As professoras Profas. Carolina Hessel Silveira e Maria Cristina Viana Laguna fizeram um excelente trabalho, houve participação de todos os alunos presente. Vou deixar para a colega Fátima que é a Tutora da Interdisciplina, colocar os detalhes das combinações que por ventura foram estipuladas pelo grupo professoras/alunas(nos). Parabenizo as professoras, alunas e alunos que juntos se alegraram, participaram, tornado as horas aulas agradáveis, na noite de ontem.

Um grande abraço,

Geny Schwartz e Professor Silvestre

PEAD/FACED/UFRGS

Mas copio sem medo nenhum , pois tudo o que é bom, bonito e verdadeiro é Erótico, não no sentido pornográfico, mas no sentido de algo que nos implusiona que nos afeta e nos tornar cada dia mais melhores e a professora Carolina nos deu um belo exemplo, acima de tudo deu um exemplo de vida que nos implusiona a vencer os obstáculos.


*Registrar o que não deu tão certo também é importante!


Pois é, nem tudo são flores! No trabalho sobre Comenius não entendi, ou pelo menos não expressei verbalmente que quando lançou sua obra "Orbis pictus" ( " O mundo em imagens") essa servia para a alfabetização na Língua Materna, semelhante as cartilhas atuais que ainda usamos na alfabetização de nossos alunos, onde o visual, bem como a valorização dos fonemas são altamente explorados.

Além do livro didático, herdamos também a organização por séries e atividades em graus de dificuldade ( do menor para o maior) além, é claro, da democratização do saber. Mas é como muito bem diz a tutora Cristiane, não é porque Comenius deu essa receitinha básica lá no século XVII que não podemos e não devemos inovar em nossa escola atual e na aprendizagem de nossas alunos.

Essa interdisciplina continua a "mexer" muito comigo, principalmente, porque toca num ponto crucial, ou seja, ela age e interage diretamente em nossa prática pedagógica. Estou tentando realizar a atividade sobre "Planejamento" que devo postar até amanhã que além de ter que brigar com a tabela, ou seja com minhas limiações com a tecnologia, tenho que "brigar com minhas limitações quando a tarefa é planejar.

O que é mesmo planejar? Para quem planejar? Será que não me preocupo muito com o "como" e esqueço do que e para quem? será que não me preocupo demais com sua redação bonita, com termos adequados e não esqueço do seu valor prático? Onde entram então os PA? como administrá-los e gerenciá-los, sem perder o foco? ( Como tão bem colocou a colega Vivi no fórum de Seminário Integrador VII - Aprender com o outro).

Bem que falei que esse semestre não seria diferente dos demais. Muitas verdades que pareciam irrefutáveis de repente já não parecem mais e, outras que pareciam irrelevantes , já se tornam relevantes... E isso é ótimo mexe com nossa afetividade e consequentemente com nosso cognitivo, uma vez que Piagt afirma que cognitivo e a afetivo são inseparáveis, andam lado a lado no processo de ensino-aprendizagem.

sábado, 12 de setembro de 2009

Novamente uma postagem no sábado *

É! Parece que postar no sábado já está se transformando em praxe. Não é isso não é que amanhã, domingo, para variar, estou cheia de compromissos e então preciso agilizar meu trabalho. Essa vida social "cansa minha beleza", he,he, he... Bem, vamos ao que interessa!
A interdisciplina de Educação de Jovens e Adulto - EJA - anda mexendo não só comigo como também com minhas colegas, por isso, resolvi transcrever o comentário que enviei a colega Elisângela em provocação feita em meu Blog:

_"Será que na realidade os professores e comunidade escolar tem essa mesma visão que estamos estudando"?

Elisângela com certeza a grande maioria dos professores e comunidade escolar não tem essa visão de EJA que estamos tendo agora. Até porque para o professor de EJA não basta apenas o certificado de magistério, além disso, seu perfil deve ser de alguém que entenda que, na sua maioria o seu público é de alunos que por um motivo ou outro não tiveram oportunidade de estudar no tempo adequdo e que quando reingressam na escola já trazem em sua trajetória de vida resquícios de sofrimentos, mas também uma larga bagagem de experiência de trabalho e de vida cotidiana que precisa ser valorizada e, que inclusive, deve ser incluída no processo ensino-aprendizagem. Bjs Neuza
PS: Adorei sua visita a meu Blog.

12 de Setembro de 2009 12:39

sábado, 5 de setembro de 2009

Trabalhando em grupo


Tivemos nossa primeira aula presencial da Interdisciplina de EJA, na terça-feira, dia 08/09. Durante aula já dividimos as respostas de modo que cada componenete do grupo respondesse a uma das questões que depois serão submetidasa apreciação do grupo onde poderão ser reformuladas de acordo com as necessidades.

A mim coube responder a questão C:
Que relações entre educação e trabalho são propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais na Educação de jovens e Adultos?

Citarei apenas algumas considerações:

-Tendo em vista que a maioria dos estudantes da EJ trabalham a modalidade é oferecida, principalmente, à noite.

- A flexibilidade curricular também consiste em uma das característica da EJA que deve enfatizar e valorizar as experiências no que se refer à maneira como trabalham seus tempos e seu cotidiano.

- Tanto a alfabetização quanto a complementação de estudos deve abranger um projeto mais amplo de cidadania, visando a inserção profissional e consequentemente a busca de melhores condições de vida. Portanto, os conteúdos curriculares não podem estar distantes da vivência de trabalho e consequentemente a melhoria de vida, um dos objetivos que estão associados à freqüência desses alunos aos bancos escolares.

Art. 41 da LDB:

" O conhecimento adquirido na educação profissional, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos".

Olha eu aí de novo !!! *


Hoje é sábado. Milagre!!! E já estou fazendo minhas postagens no Bloger. Isso tem um motivo muito especial vou aproveitar o feriado para viajar e, por isso, tive que antecipar minhas publicações, pois teho por norma sempre fazê-las aos domingos.Quebrar paradigmas é smpre bom!!!

Hoje, fiz inha primeira postagem sobre a Interdisciplina de Linguagem e Educação, cujo questionamento era o seguinte: Fala-se/lê-se e e escreve-se do mesmo jeito?

É óbvio que não! Tanto quando falamos ou quando escrevemos temos posturas diferentes e também usamos linguagens diferentes.Assim, quando redigimos um texto acadêmico, por exemplo,nos preocupamos em fazê-lo de maneura planejada e obdecendo a certos critéiros e normas. Já quando escrevemos um bilhete ou anotamos um recado não temos essa preocupação. O mesmo acontece quando falamos. Um conversa entre amigos é mais informal do que quando falamos com alguém pela primeira vez.

Também vivemos numa sociedade globalizada onde a variedade de informações e conhecimentos dá-se de forma espontânea. Nossos alunos também tem acesso a toda essa tecnologia e consequentemente a toda essa gama de informações e a escola precisa achar uma maneira de dar conta de toda essa demanda e incorporá-la na sala de aula. Os professores precisam também rever a sua forma de avaliar seus alunos no que se refere a escrit e leitura de seus alunos, sem esquecer de valorizar a oralidade, acreditando sempre, porém que o texto no papel e as relações interpessoais prevalecerão sobre as demais.

domingo, 30 de agosto de 2009

Retornando


Estamos de volta para mais um semestre com a primeira aula presencial das Interdisciplinas de Seminário Integrador VII e Linguagem de Educação B.
Também já elaborei minha primeira atividade de Didática, Planejamento e Avaliação B que consistia numa pequena, porém profunda reflexão sobre nossa prática pedagógica e suas marcas que poderão deixar em nossos alunos.

Pensar... pensar...Não só pensar; um pensar dinâmico que nos impulsiona para a ação tem sido uma constante durante toda a trajetória do PEAD com o intuito de modificar, aprimorar e enriquecer nossa prática pedagógica.

Estamos retornando, devagar...reeaquecendo os motores, ou pelo menos eu estou me sentindo assim. muitas atividades já estão no Rooda, porém alguns professores ainda não deram o "ar da graça". Com certeza em breve tudo se ajeitará e correrá tudo na maior tranquilidade como foi até então.

Certamente novos desafios, novas certezas e também incertezas, mas muitas, muitas novidades e aprendizagens haveremos de construir...

domingo, 28 de junho de 2009

Trabalho de conclusão


Terminei meu trabalho de conclusão ontem. Escolhi o filme "Pro dia Nascer Feliz".
Acho que entendi mal, pois entendi que o total do trabalho deveria ser de no mínimo 2 folhas e no máximo 3 folhas. Mas acho que esse era o número mínimo e máximo de folhas para cada uma das partes, pois o trabalho se constituia de duas partes.

Bem agora, no momento não há muito o que fazer é esperar os comentáris da professora Vanice e depois fazer as alterações solicitadas. Enquanto isso, fazer o último trabalho de filosofia do semestre para depois ter tempo suficiente para me dedicar ao Workshop.

Finalmente aconteceu a primeira aula de informática


Conforme anunciei no início das postagens, na terça-feira, 23/06 consegui levar meus alunos até o Laboratório de informática. Embora não estivesse funcionando internet, acredito que por conta do mau tempo, pois chovia muito.

Mesmo assim foi uma experiência única para mim e meus alunos que se mostraram entusiasmados e para mim sobretudo porque sei da importância do uso da tecnologia na aprendizagem.

Pode até ser falsa impressão, mas me senti mais um professor que orienta, intervém no processo de aprendizagem.

Uma de minhas alunas disse que não sabia o alfabeto, mas que com o uso do teclado até escreveu algumas palavras.

Não sei quem está mais entusiasmada eu ou meus alunos.

O importante é que abri espaço também para que minhas colegas e seus alunos tasmbém se utilizem da tecnologia a favor da construção do conhecimento.

domingo, 21 de junho de 2009

Preparação para o Workshop

Também essa semana damos início a construção do já tradicional workshop. Precisamos escolher um filme. Eu já escolhi o primeiro que assisti: "Pro dia nascer feliz" e em cima de uma cena escollhida refletir sobre os conceitos construídos durante o semestre e a nossa prástica pedagógica. Vou agora mesmo dar início as minhas reflexões e tentar colocar algo no "papel", pois precisa estar pronto até segunda-feira. Parece muito tempo, mas tenho muitas outras atividades fora da escola que preciso participar e, portanto, meu tempo é escasso. ENTÃO VAMOS LÁ!!!

Semana improdutiva


passei praticamente toda a semana tentando responder as perguntas sobre Adorno X Kant. Uma pergunta respondi facilmente, porém a primeira pergunta, levei a semana inteira tentando resolvê-la adquadamente e acho que não cheguei a reposta desejada. Li várias vezes o texto de Adorno: A educação após Auschwitz e acho que ainda não entendi bem. É o tipo de texto que exige um conhecimento sobre história, entender como ss coisas aconteceram, o clima social e político da época.
Porém uma coisa ficou bem presente a educação atual não é muito diferente daquela época, condenada por ele em que as crianças deveriam ir bem cedo para a a escola para que logo aprendessem a obedecer sem questionar. Esta é uma educação permeada pela dor. Ora, quem é duro consigo aprende também a ser duro com o outro. A Psicologia diz que o masoaquismo tende a se transformar em sadismo e isso gera um ciclo vicioso.
o que não é muito diferente do que acontece em nossas escolas, gerando a heteronomia, onde a criança obedece normalmente um adulto que muitas vezes não gosta, é unilateral e não gera a AUTONOMIa em que as realções são baseadas no respeito mútuo.
Fala ainda que o mal de Auschwitz não se repita é necessário que também os erros, os fatos sociais e políticos que geraram tal catástrofe não se repita. Portanto, só o homem pode educar outro homem; uma geração educa a outra para evitar que erros sejam repetidos.

domingo, 14 de junho de 2009

Adorno x Kant


O trabalho final de Filosofia da Educação consiste na análise de dois grandes filósofos da Educação Adorno e Kant e será realizado em duplas e consistirá em três etapas. Na primeira etapa cada ccolega enviará duas questões sobre esses estudiosos que deverão ser respondidas e depois comentadas e argumentadas pelo colega que deverá dizer se concorda ou não com as respostas e argumentar porquê.

Questionamentos sobre os textos de Kant e Adorno para o colega
PAULO ASSIS MEDEIROS – paulomedeiros1967@hotmail.com

1. “Entra no mundo coloquei em ti toda espécie de disposições para o bem. Agora compete somente a ti desenvolvê-las e a tua felicidade ou infelicidade depende de ti”.
Onde esta citação de Kant repercute no processo de “coisificação”, propagado por Adorno?

Questionamentos sobre os textos de Kant e Adorno para a aluna
NEUZA TEREZINHA DA ROCHA - neuza3241@hotmail.com :

Os filósofos Kant e Adorno destacam em seus textos como a educação está ligada ao desenvolvimento de um indivíduo. Assim como a disciplina impede que o homem se desvie de sua humanidade – Kant – a educação só tem sentido quando promove a auto-reflexão crítica – Adorno. Partindo de uma reflexão dos excertos abaixo, pondere acerca dos questionamentos aqui postos, procurando destacar possíveis relações entre as ideias dos dois autores.

1. “O homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação. Ele é aquilo que a educação dele faz. Note-se que ele só pode receber tal educação de outros homens, os quais a receberam igualmente de outros.” Em que momento este parágrafo de Kant encontra eco nas reflexões de Adorno?

2. “A educação só teria pleno sentido como educação para a auto-reflexão crítica. Dado todavia que, como mostra a psicologia profunda, os caracteres em geral, mesmo os que no decorrer da existência chegam a perpetrar os crimes, já se formam na primeira infância, uma educação que queira evitar a reincidência haverá de concentrar-se na primeira infância.” Em que sentido tal afirmação de Adorno se equilibra com as ideias de Kant?


Iniciei respondendo a questão número dois, porém fiquei meio confusa, às vezes, parece que a resposta da segunda já está adentrando na primeira. Por isso, resolvi dar um tempo. Espero em breve me livrar dessa confusão e seguir adiante, ois o semestre já está quase no final e há alguns trabalhos ainda pela frente...

O menino Peter x juízo de valores e moralidade na escola


Esta semana tivemos aula presencial de Educação de crianças com necessidades educacionais especiais.
Inicialmente foram feitas as combinações de praxe a respeito da funcionalidade da interdisciplina e sobre o Estudo de caso. Em seguida, assistimos o filme Peter que nos fala de um menino autista incluindo numa sala de aula regular. É óbvio que filme terminou num final feliz e também nos levou algumas reflexões
De início Peter parecia agressivo. Vale lembrar que no início uma coleguinha lia as atividades para que ele as pudesse realizar, pois tinha bastante dificuldade visual e por conta disso, nunca tirava os óculos que teimavam em resistir a todos os ataques e permanecer no seu lugar. Em nenhum momento Peter se desvencilhou do mesmo , provando que er um menino esperto e astuto e que teria cndições de aprender.No início Nem a professora e nem seus colegas acreditavam no seu potencial cognitivo, istoé, que pudesse evoluir. Pasmem aparece uma cena em que Peter, do seu modo, deitado no chão par se aproximar do cartaz lê e câmara foca bem e mostra que ele realmente lê, palavra por palavra, para não deixar dúvidas.a aula era um caos e até a própria professora demonstrava ter medo do menino. Aos poucos foi dominando seu medo e com o auxílio de uma psicóloga que orientou a turma para se manifestar sempre que Peter tivesse uma atitude inadequada, principalmente quando batia e agredia seus companheiros.Com a intervenção da Psicóloga a inclusão realmente começou a acontecer e no final do ano Peter recebeu o diploma de destaque, junto com alguns poucos.No final, todos estávamos emocionados, também não é prá menos. Em seguida fomos tomr nosso café colonial que já havíamos combinado na aula anterior. Estava ótimo. Uma fartura!!!Depois retornamos para discutirmos o filme e também a nossa realidade, às vezes, bastante distante da do filme e nem seempre com um final feliza. Mas deu para perceber que é possível trabalhar com esses casos mais difíceis e que muitas das minhas colegas já conseguiram que a inclusão acontecesse ao vivo e as cores.Eu, particularmente achei o Peter bastante agressivo e comentei suas atitudes e que tinha dificuldade em trabalhar com essa agressividade na sala de aula

A professora Daneila me levou a ver que essas brincadeiras, os puxões, os tapas são comuns e que fazem parte da rotina escolar e do convívio entre os pequenos e que nessesmomentos não cabem julgamentos, punições ou humilhações. O importante é cada um explicar seu comortamente diante da situção apresentada.

O trabalho da Interdisciplina de Psiccologia abordava justamente esse assunto e a formação de juízos de valores e da moralidade na escola e que valeu uma boa reflexão emudança de atitude, por isso, vou colacá-lo na íntegra:
_ Será que quando age dessa ou daquela forma não está querendo com isso criar os seus próprios critérios no processo de construção da moralidade.Ainda nas séries iniciais já começam essas primeiras manifestações e atitudes do aluno que passam a ser vistas e observadas pela professora sob ao prisma da problemática da violência. É óbvio que essa problemática pode ser vista e analisa sob as mais diferentes óticas, basta nos reportar ao filósofo Kant que argumenta ser o homem dotado de uma selvageria inata que precisa ser disciplinada desde a mais tenra idade, inicialmente pelos pais e mais tarde de forma formal a partir da Educação Infantil. Não quer dizer com isso que concorde com suas idéias.
Inicialmente não era diferente da maioria de minhas colegas da rede pública estadual via essas atitudes dentro de uma concepção empirista, acreditando que tais atitudes eram reflexos do meio ambiente em que viviam e conviviam na Vila Cruzeiro, que é tida com ma das mais violentas da nossa cidade. Dessa maneira reproduziam esse modelo de violência a que estavam acostumados.
Esta crença está ligada a uma concepção de que o ambiente imprime na pessoa o modo de ser e de se comportar é uma concepção empirista, acreditando que há uma pressão das coisas sobre o espírito e considerando a experiência como algo que se impõe por si mesmo, não havendo necessidade de atividade do sujeito (Piaget, 1987).
Há também os acreditam que seus alunos são violentos porque são filhos de pai violentos e que essa violência já está programada na sua bagagem hereditária, não havendo possibilidades de mudança.
Essa seria uma concepção inatista, que considera que o conhecimento é concebido como algo que mergulha suas raízes no sistema nervos, isto é, na estrutura pré-formada do organismo (Piaget).
Desde o primeiro semestre quando estudei os mecanismos de defesa já comecei a ver com outros olhos essas atitudes tão comuns em nossos alunos das séries iniciais, ou seja, os empurrões, os pontapés, os socos e seus revides imediatos; já deixei de classificá-los de violentos e tentar ver, por exemplo, que mecanismos de defesa estavam usando quando tomavam tais atitudes ou reagiam dessa ou daquela forma. Por exemplo, o mecanismo de projeção muito comum quando o aluno é flagrado riscando a classe e que ao invés de se desculpar, justiça sua atitude dizendo que todo mundo Esse foi um começo que já me ajudou bastante numa percepção diferenciada nos conflitos vividos pela criança em confronto com seus pares, às vezes, em situações e estágios bem diferentes dos seus. Entram em jogo aí os costumes vindos da família e outras situações divergentes que devem ser negociadas para a construção da sua própria identidade em função e de um convívio amistoso com o seu grupo.À medida que fui avançando em meus estudos e fui conhecendo um pouco mais sobre o construtivismo de Piaget e fui entendendo que a educação deve ser um processo de construção do conhecimento que ocorre em condições de complementaridade, de um lado os alunos e o professor e de outro lado as interações sociais. Portanto, no período que corresponde às séries iniciais, entre 7 e 10 anos as crianças estão construindo as suas noções de justiça, solidariedade e responsabilidade que se refletem em suas atitudes, muitas vezes ma interpretadas pelo professor. Vale então, dizer que o professor deve estar bem atento a esses tipos de situações e conduzi-las a reflexão das mesmas.
Piaget (1994) observou que, até em torno dos dez anos os atos são avaliados segundo seus resultados, independente das intenções, daí a reação imediatista que caracterizam a relações entre nossos alunos incapazes de perceber a intencionalidade ou não da ação de seu companheiro, conseguindo pensar apenas a partir do seu ponto de vista o que também representa segundo Piaget, características do processo de desenvolvimento moral.Existem estratégias que podem e devem ser utilizadas para auxiliar no processo de formação.
O estímulo ao trabalho em grupo que promovem as relações sociais e o espírito de cooperação.
Os jogos em grupo ou duplas com suas regras que devem ser obedecidas, embora muitos ainda nessa fase as burlem.
As regras e combinações feitas a colaboração e participação de todos, visando um melhor entrosamento e funcionalidade da sala de aula.
Na minha turma desse ano, 2º do Ensino Fundamental de 9 anos, essas atitudes descritas acima fazem parte do seu dia-a-dia. Porém, um de meus alunos o Ryan.já entrou na turma com a fama de “desordeiro”, “bagunceiro”foi designado para a turma da professora Neuza porque ela resolve esses “problemas”. É um menino diagnosticado com hiperatividade e que tem como uma das características não parar quieta mesmo quando está trabalhando em grupo. Vez por outra, passa, dá um tapa no colega que está compenetrado na resolução de suas tarefas. E não entende as queixas numerosas de seus colegas em relação as suas atitudes.
Tem dificuldade em obedecer às combinações as quais ele próprio ajudou a construir juntamente com os demais, sendo que as mesmas são revistas e comentadas pelas próprias crianças que decidem sobre a necessidade de modificá-las ou adaptá-las ou até criar novas em função de que algumas já foram vencidas e superadas.
Já tentei conversar com seus pais que dizem que ele é perseguido pelos colegas e pelos professores, pois nem sempre as atitudes são tomadas por ele e que, porém “a culpa” sempre recai sobre ele. Também recebe punição severa de seus pais, toda vez que um coleguinha vai reclamar de suas atitudes, pois moram muito próximos uns dos outros.
Ás vezes, quando é rejeitado pelos colegas em função de suas atitudes tento me aproximar e iniciar com ele algum jogo, principalmente o “baralho de sentimentos” que foi confeccionado pela turma que fala de como estão se sentindo no momento frente às atitudes e reações de seus colegas.Em seguida, alguém se aproxima e passa a jogar junto o que não garante que a paz vá reinar por muito tempo, pois talvez daqui alguns minutos já estejam se retrucando e se batendo mediante os desentendimentos surgidos, pois situações como essas são comuns acontecerem a na escola não necessitando de uma intervenção coercitiva por parte do professor. Durante os jogos os alunos se conhecem melhor e aprendem mais a respeito dos colegas. Ás vezes durante a brincadeira a garotada traz para a discussão conflitos que acontecem fora da sala de aula, A disputa por uma figurinha na hora do intervalo, por exemplo, pode render uma conversa na hora do jogo. Nesses momentos não cabem julgamentos, punições ou humilhações. O importante é cada um explicar seu comportamento diante de uma situação apresentada. Espero que assim que não só Ryan, mas também seus demais colegas apliquem as estratégias já adquiridas em situações diferentes daquelas em que se processaram e aos poucos vão construindo seu juízo de valores.
Piaget (1994) acredita que “...o adulto seve ser um colaborador e não um mestre, do duplo ponto de vista moral e racional (...) realizemos na escola um meio tal que a experimentação individual e a reflexão em comum se chamem uma à outra e se equilibrem”(p. 300).