quinta-feira, 8 de julho de 2010

OBSTÁCULOSXAPRENDIZAGENS


As minhas maiores dificuldades durante o estágio, resultaram também nas maiores aprendizagens! A primeira se configurou na construção de um Planejamento semanal constituído de temática, objetivos gerais, específicos e objetivos para cada planejamento diário e ainda fazer uma retomada desses objetivos, caracterizada através da reflexão semanal.Ora para quem rascunhava rapidamente algumas atividades e objetivos para cada aula e que aproveitava uma que outra atividade interessante de alguma Interdisciplina, o estágio resultou numa mudança significativa na prática pedagógica.
A segunda, o “medo” de enfrentar pela primeira vez o Laboratório de Informática com os alunos e que eles percebessem a minha insegurança frente à máquina. Mas, esse era apenas mais um desafio frente a tantos que já havia enfrentado, portanto não ia deixar escapar a oportunidade de que eles, assim como eu também trabalhassem num Pbwork e nele desenvolvessem seus Projetos de Aprendizagem.
Passei a freqüentar o Laboratório de Informática da escola no turno inverso e lá em parceria com minha colega Salete comecei a “desvendar” os mistérios do Pbwork. Nossos progressos não foram muitos e, então, solicitei a ajuda da colega Mara que veio prontamente e foi providencial, pois foi a partir daí que me veio a “a coragem” de que tanto precisava e fui adiante.
Construi PBwork da turma 122 e uma página para que cada dupla ou trio digitasse suas dúvidas e certezas sobre os assuntos de seu interesse já levantadas em sala de aula, fizesse pesquisa na Internet e colasse gravuras. Enfim, “personalizassem” suas aprendizagens.
Mas, ainda não havia alcançado a tão sonhada autonomia, pois sempre estava acompanhada da colega Salete e suas alunas monitoras. Até que finalmente na reunião de pais me programei pra lhes mostrar o trabalho que vinha sendo desenvolvido com seus filhos e os convidei para subir até o Laboratório de Informática. Coloquei a chave na fechadura e girei uma vez, duas e na terceira a porta cedeu e descortinou um cenário com o qual já estava familiarizada e com certa desenvoltura fui ligando os terminais e mostrando-lhes tudo o que havíamos construído num espaço pequeno de tempo.
Agora, abro a porta do laboratório de Informática com a mesma naturalidade com que abro a porta da sala de aula.
[...] Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. (FREIRE, 1996, p.12).
Concordo com essa afirmação do autor, pois isso anda acontecendo comigo, quando planejo minhas atividades e percebo a necessidade de retomar um objetivo ou quando estou no Laboratório de Informática e me atrapalho com alguma ferramenta ou função e que muitas vezes, já aconteceu dos meus alunos me ensinarem o procedimento.
É uma experiência bonita, que exige, sobretudo, dignidade e autenticidade quando exercemos a verdadeira prática de ensinar/aprender. É uma via de duas mãos que se constrói no dia a dia, frente a aprendizagens baseadas em certezas e incertezas, na certeza de que o professor não é o “dono do saber”, mas aquele que se alegra em ensinar e aprender na interação com seus alunos e colegas.

Ah!Não posso deixar de mencionar o momento riquíssimo que se constituiu a apresentação do Workshop!
Todas somos vitoriosoas por termos chegado ao final de mais uma etapa, mas duas apresentações, sobretudo, me chamaram atenção. Não vou mencionar nomes porque não é o caso. Mas, Paulo Freire nos fala que precisamos anunciar a novidade. E a novidade ficou caracterizada nas imagens e relatos trazidos pela colega que estagiou numa escola montessoriana e também pela colega que estagiou com uma turma de EJA. Essa última, sobretudo, me emocionou, pois conseguiu desenvolver com a turma um programa de rádio.
O trabalho com EJA é realmente diferente, trabalhamos com um outro tipo de público . Há pessoas cheias de experiências, com muitas histórias de vida para contar.Adultos, senhores e senhoras, motivados na busca de uma condição melhor de vida. Daí a relevância deste tipo de trabalho e então, me reporto a afirmação de (ARROYO, 2005, p.20, "encontramos na sociedade sinais de preocupação com os milhões de jovens e dultos que têm direito à educação básica".
Porém, segundo o próprio autor a EJA "é um campo não consolidado nas áreas de formação de educadores e intervenções pedagógicas", diferentemente quando se trata da educação infantil, onde há um vasto material de estudo, conforme pude observar não só durante o período de estágio, mas ao longo da carreira de profissional da educação.

BIBLIOGRAFIA

ARROYO, Miguel.Educação - Jovens: um campo de direitos e de responsabilidades pública.