domingo, 26 de setembro de 2010

Encantos para sempre


Há aqueles que são contra e há os que são a favor dos contos de fadas. eu como mãe, educadora alfabetizadora sou totalmente favorável aos contos de fadas Muitos deles até podem ser mórbidos e trazer alguns traços de crueldade, mas no final o bem predomina sobre o mal, o fraco vence o forte e as rainhas sempre arranjam um príncipe “montado num cavalo branco” que vem salvá-las dos maus tratos, da pobreza e transportá-las para um rico castelo, onde não serão mais exploradas, ao contrário viverão na opulência.
Obviamente, existe muito de dantesco nos contos de fadas, mas ao mesmo tempo em que estão muito distante da realidade de nossos alunos, normalmente crianças de periferia e de poucos recursos econômicos; se identificam, por exemplo, com a Gata Borralheira ou com a Branca de Neve, judiadas e exploradas por suas madrastas.
Sabemos que meninas são forçadas a trabalhar duro na rotina da casa enquanto suas mães, muitas vezes, trabalham em casas alheias para prover ou auxiliar no sustento da família.
Também, é comum, não encontramos mais aquela família tradicionalmente estruturada: pai, mãe, irmãos. Portanto, é corriqueiro que nossos alunos convivam com madrastas e padrasto, e, às vezes, os maus tratos acontecem.
A própria temática dos Contos de Fadas que falam sobre o bem e o mal favorecem que crianças e adultos possam lidar com os medos, questões universais que se repetem de geração em geração e tentarem entender e encontrar lógica e sentido para a trajetória de suas vidas não atual contexto, cheio de incertezas e inseguranças.
Os contos de fadas tem valor psicanalítico, porque tem tudo a ver com os desejos, os anseios do ser humano e se constituem como uma forma simples e acessível para que possa elaborar simbolicamente seus conflitos. Nas histórias sempre o bem predomina sobre o mal; o pequenino e o fraco saem vencedores e sempre há um final feliz permitindo que a criança acredite que isso também possa vir acontecer com ela. E assim, as histórias vão lhe garantido a esperança de dias melhores e tem asseguradas mediante elas sua auto-estima e confiança para sonhar com um futuro promissor.
As histórias não só possuem valor como instrumento de reajuste psicológico, mas também como fator de resgate da cultura. Foi através delas quer pela oralidade, quer através da escrita que as gerações encontraram fonte para resguardar suas experiências e conhecimentos e perpetuá-las para o mundo. Sem contar que são valiosíssimas no processo de letramento e alfabetização, pois garantem o enriquecimento do vocabulário e contribuem para a efetivação do processo de socialização da alfabetização, isto é, do letramento e, da alfabetização propriamente dita, que compreende a apropriação do código de leitura e escrita.
Passei a compreender o valor da literatura e, principalmente da contação de histórias a partir do momento que li, na Interdiciplina de literatura o capítulo: Como contar histórias, do livro Gostosuras e bobices de Fanny Abramovich.
Até então, não tinha muita preocupação em preprarar uma história para ler para meus alunos. Costumava ler histórias, mas aquelas que eram sugeridas na hora por algum aluno. è necessário se inteirar do texto para ler com naturalidade e tom de voz adequado e também para evitar as surpresas que podem nos causar alguns sentimento como raiva ou irritação. Se lermos bem o texto antes certamente passaremos a emoção verdadeira, aquela que vem lá do fundo do noso coração e que com certeza chegará ao ouvinte de maneira natural.
Desde então, passei a ter cuidado na escolha das histórias que li e que leio para meus alunos, pois o critério de seleção deve ser do narrador que deve conhecer as necessidades, desejos e até mesmo as aflições que naquele momento estão afligindo a turma ou mesmo um único aluno e, depois, o que pode advir de sua habilidade de juntamente com os alunos aproveitar e explolorar o texto, enquanto pretexto dentro do contexto da realidade dos alunos.

Para a ensaísta cubana Alga Marinã Elizagaray "O narrdor tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração. Tem que conduzir a situação c0om se fosse um virtuose que sabe seu texto, que o tem memorizado, que pode permitir-se o luxo de fazer variações sobre o texto".


ABRAMOVICH, Fanny, Gostosuras e bobices. Editora Scipione, São Paulo, 1999.

domingo, 19 de setembro de 2010

Reflexões das brincadeiras de meninas na escola e na rua


A criança camponesa brinca e relaciona-se com seus pares ao mesmo tempo em que convive com seus outros papéis e funções dentro da comunidade familiar, no cumprimento de suas tarefas. Ela constrói e vive o hoje, vive a sua história. Ela vive a história da sua família, da sua comunidade, da humanidade e seus brinquedos são "um mudo diálogo simbólico entre elas e o povo" (Benjamin, 1984, p. 70). Com isso, ela transcende sua realidade, extrapola-a volta ao ontem, dando possibilidades de construção de um novo amanhã.
É o outro que me constitui sujeito, me mostra quem sou, é na relação com o diferente de mim que vou alicerçando ou desconstruindo hipóteses, modelos. O outro me possibilita vivenciar sentimentos contraditórios colocar-me em vários papéis, exercitar o poder, dizer o indizível, viver o inimaginável enfim, na interação com o outro, a brincadeira alarga as fronteiras entre a fantasia e a realidade colaborando significativamente na construção da identidade das crianças.
Vygotsky (1984) aponta para a permeabilidade da fronteira entre o real e o imaginário, ressaltando que um alimenta o outro. A fantasia precisa da realidade como parâmetro, pois não se cria do nada; a realidade precisa da fantasia para relativizá-la, para suavizá-la, colori-la. Assim são, então, as brincadeiras: elas se entrelaçam nestas duas esferas e transitam entre elas, ressignificando-as permanentemente.
Para Brougère (1995), "a brincadeira é uma mutação do sentido, da realidade: as coisas tornam-se outras. É um espaço à margem da vida comum, que obedece a regras criadas pela circunstância. Os objetos, no caso, podem ser diferente daquilo que aparentam" (p. 99-100). Apesar das especificidades, há uma natureza humana que aproxima as necessidades de crianças e adultos: o jogo, o lazer, o devaneio, a brincadeira... Assim, brincar não é uma característica infantil, mas do ser humano; ação não-inata, mas aprendida de maneira não-formal, sob a égide da formação de cultura (produzida por todos).
As crianças da zona rural usufruem um estreito contato em família geralmente numerosas e pais, filhos grandes e pequenos coexistem de forma a possibilitar que cada um seja verdadeiramente importante e único no funcionamento familiar como um todo. Meninos e meninas brincam nas estradas de terra batida, na lama, no riacho que passa. Brincam ao puxar lata, rodar pneu, colher fruta, andar na bicicleta dos pais, catar capim na horta, recolher o gado, cuidar do bebê, amarrar a cabra no pasto, de bola, de comprar na venda, de correr. O trabalhar e o brincar da criança nesta comunidade caminham entrelaçados as crianças realizam tarefas diversas, dando a estas um caráter lúdico e singular.

Para nós é difícil aceitar que as meninas gostem exatamente das tarefas que tem que executar, mas ao longo da pesquisa a autora percebeu isso cada vez mais forte na forma de educar das famílias.O trabalho desde cedo, como aprendizado de vida  fortemente ligado à cultura, à tradição, está presente na fala das crianças e dos adultos.
Na sociedade que se industrializa, já não existe espaço para a criança: ou ela trabalha, ou é aluno, ou é assistida para adquirir condições para trabalhar e/ou estudar. Uma proposta educacional que resgate a infância, isto é, que permita à criança permanecer criança por algum tempo, não tem lugar na sociedade do trabalho (...). (Faria, 1993, p. 19-20)

A autora observou durante a pesquisa realizada que a escola da área rural de São José do Vale do Rio Preto, semelhante a maioria das escolas dos centros urbanos, não prioriza o lúdico em suas atividades e práticas pedagógicas

Também mencionou em seu trabalho que a relação entre brincar/trabalhar na área rural observada parece bem diferente do quadro vivido pelas crianças dos centros urbanos. Afirma que das crianças pobres são usurpados o direito de brincar ou de transformar em lúdica a sua relação com o trabalho Por outro lado, à criança burguesa é vetada a possibilidade de se emancipar, de viver o hoje: tudo a cerceia para ela se guardar para o porvir.
Eu concordo com esta sua conclusão, pois também vivi minha infância numa localidade do interior repleta de meninos e meninas: primos, vizinhos e amigos e também tinha a “obrigação” de cuidar da casa e de meu irmão menor, enquanto minha mãe e meu pai se dedicavam as lides da roça. Por isso, minha identificação e preleção pelo assunto. E como não poderia ser diferente. Vou usá-lo no meu TCC que contempla o lúdico dentro e fora da sala de aula e as diversas circunstâncias, comunidades e sociedades.

Reflexões do artigo:Brincadeiras de menina na escola e na rua: relexões da pesquisa no campo.
LEITE, Maria Isabel Ferraz Pereira

O artigo consta na interdisciplina de Ludicidade e faz parte do Eixo III.

domingo, 12 de setembro de 2010

Brinquedos pontes, brinquedos aparentados, as formas brandas


Os brinquedos-ponte: o brinquedo do brinquedo.
Os brinquedos-ponte são réplicas do brinquedo principal que demandam materiais industrializados ou pré-beneficiados. Por isso, mesmo são usados por crianças com menor habilidade ou posse. O instrumento mediador da brincadeira é alterado, usando-se, geralmente, materiais alternativos.
De forma análoga, encontramos fenômeno semelhante nos brinquedos de faz-de-conta: faz-se móveis de boneca com caixa de palitos de fósforo, constrói-se carros com latas de leite ou de óleo.
O brinquedo-ponte é institucionalmente estabelecido, ele não é um substituto, é o brinquedo do brinquedo. Em contra partida, um brinquedo-ponte, diferentemente de um brinquedo de faz de conta, não remete ao mundo adulto, seu referencial está na própria brincadeira do mundo infantil.
Portanto, todas estas formas alternativas de brincar de determinada brincadeira permitem que determinados grupos por pouca posse ou habilidade pratiquem determinada cultura do brincar infantil.
Nos brinquedos aparentados, o brinquedo usado é de natureza diferente, mas conserva alguma característica do brinquedo original. Os brinquedos aparentados são aqueles que acompanham a brincadeira principal da época e geralmente estão atrelados a ele.
Uma vez, que os brinquedos mantêm alguma característica entre si, também algumas habilidades são compartilhados.
Do mesmo modo que determinado período festivo é configurado de vários eventos ou elementos que caracterizam este período o mesmo parece ocorrer com algumas “épocas ou tempo” de determinada brincadeiras. Na época de São João, vários componentes culturais: culinária, danças, músicas, vestuário, fazem parte do que caracteriza o período do bolo de fubá, da pipoca, amendoim, pinhão, quadrilha, roupa típica, etc.
As formas brandas: o brincar de brincar.
Bussab(1986) define o brincar “como uma forma de experimentar em uma situação protegida. No entanto, o brincar sempre envolve uma situação de risco: o risco da perda, o risco da chacota, o risco das sansões. Os riscos são a tônica que dão tensão a competição. Para evitar o risco deve se desenvolver as habilidades necessárias que estão contidas dentro da própria brincadeira, dentro da situação que envolve risco.
Os grupos de brincadeira se caracterizam em função da habilidade ou competência no jogo. Sendo assim, é natural que inábeis evitem os hábeis e vice-versa. Sempre a segregação.
Como habilidade advém basicamente de experiência, a experiência correlaciona-se com a faixa etária; a crianças tendem a se agrupar em torno da idade.
As formas brandas de brincadeira caracterizam-se por serem adaptações nas brincadeiras de modo a serem dispensadas dos participantes algumas habilidades mais complexa e/ou abrandadas ou suspensas às penas.
Se o brincar é uma forma de experimentar em uma situação protegida, o brincar com formas brandas torna a situação mais protegida ainda; como se fosse o brincar de brincar, o brincar com menos risco.
Refletindo...A brincadeira é uma palavra estreitamente ligada à infância e às crianças, mas infelizmente, mesmo nas sociedades ocidentais são consideradas irrelevante ou de pouco Se incorporarmos de uma forma mais efetiva a ludicidade nas nossas práticas educativas é caonsiderda irrelevante ou d pouco valor no ponto de vista da educação formal., assumindo a significação de oposição ao trabalho, tanto no contexto escolar como quanto no cotidiano familiar.
A brincadeira está entre as atividades avaliadas por nós professores como tempo perdido e por isso mesmo as brincadeiras são mantidas longe da sala de aula.
Mas como planejar aulas mais lúdicas e mais interessantes para nossos alunos? Um bom começo é nos perguntar se conhecemos bem nossos alunos. Uma maneira de conhecer melhor nossos alunos é através do lúdico, da brincadeira, é observando-os brincar. Penetrar nos seus jogos e brincadeiras contribui ara colhermos informações importantes para a organização das práticas pedagógicas de forma que possam garantir e incentivar o brincar. Por outro lado, ajuda na criação de interações e diálogos com as crianças de nos permite as interações e os diálogos e nos levam a uma melhor compreensão de suas lógicas e formas próprias de pensar, agir e sentir.
O brincar deve ser incorporado em nossas práticas pedagógicas com o seu significado como experiência de cultura e para isso é necessário garantir tempos e espaços para que os alunos desenvolvam suas brincadeiras, não apenas nos locais e horários destinados pela escola, mas também como experiência de cultura.
Uma das soluções seria organizar rotina que proporcionem a iniciativa, a autonomia e a interação, trazendo a dimensão da imaginação e da criação para a prática cotidiana de ensinar e aprender e, isso eu pude comprovar na prática com um único personagem, com um simples boneco que, porém, para eles veio carregado de significados e significações que aguçou a criatividade e a imaginação!
“A fantasia propriamente dita, liberta as restrições do real, é uma produção criativa, que se dá como desenvolvimento tardio do brincar e não está na sua origem”. (Vygotsky, 1987)

PONTES, Fernando Augusto Lemos, MAGALHÃES Celina Maria Colina. A estrutura da brincadeira e a regulação das relações.
Artigo da Interdisciplina de Ludicidade, EIXO

INTRODUÇÂO, JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS DO TCC


A AVALIAÇÃO DE COMO OS BONECOS PODE ESTIMULAR A IMAGINAÇÃO, A DESCOBERTA E PERMITIR A INTRODUÇÃO DE UMA NARRATIVA EM DIFERENTES ATIVIDADES.

1. INTRODUÇÃO
Muitos pesquisadores e estudiosos denominam o século XXI como o “Século da Ludicidade". Apesar do lúdico ser considerado o modus vivendi próprio da criança sempre esteve presente na ação humana e na vida adulta.Diversão, prazer e entretenimento são condições extremamente requisitadas pela sociedade atual.
O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que significa “jogo”. Felizmente a palavra não ficou confinada somente a esse conceito e recebeu outras imbricações que vão além do simples jogar, brincar e movimentar-se de modo espontâneo.
Estudiosos perceberam seu valor pedagógico na aprendizagem e, embora, não seja a única alternativa para as soluções no ensino/aprendizagem, deve ser explorada em sala de aula como elemento enriquecedor e como fator de promoção da aprendizagem e do desenvolvimento da criança.
Muito se tem discutido sobre a melhor forma de se contemplar o uso do lúdico em sala de aula de maneira a contribuir no processo educativo. Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo professor, visando estimular a aprendizagem fica caracterizada a sua dimensão educativa e não apenas a de mero jogo ou brincadeira o que permite ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.
Não é difícil convencer educadores da importância do jogo, da brincadeira e dos brinquedos na sala de aula e suas contribuições para o desenvolvimento cognitivo da criança, apesar do movimento contrário e dos sentidos dados atualmente para o tempo, os espaços e a finalidade definidos na escola.
Se por um lado é fácil o convencimento, por outro é muito difícil a mudança da prática, pois o adulto encontra no espaço lúdico uma ameaça a sua especificidade profissional de educador e à finalidade da escola. Por este motivo, encontramos ao longo do processo, atitudes mascaradas em que o educador apropria-se do jogo, do brinquedo e da brincadeira, institucionalizando-os em atividades pedagógicas dirigidas, com o propósito despótico de dominar esses espaços, desapropriando-o do caráter de ócio e de diversão, de espontaneidade, pois, não se enquadram no paradigma utilitarista e ritualístico do modelo econômico capitalista de que a escola é representante legal.
Por isso, nesse TCC temos a pretensão de avaliar como os bonecos podem estimular a imaginação e a descoberta e permitir a introdução de uma narrativa em diferentes atividades? '
Neste contexto, a construção de uma Mascote (Centopéia) idéia que surgiu no início do Estágio Docente em Pedagogia à Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - PEAD/UFRGS, reiterando na prática estes conceitos.
Durante sua confecção o boneco passou a ter "vida" nas mãos pequenas e na imaginação fértil dos alunos da turma 122 do 2º Ano do Ensino Fundamental de 9 Anos de uma escola da rede Estadual de Ensino.
Convém salientar, para um melhor esclarecimento e entendimento que a palavra mascote surgiu na década de 1860 e vem do provençal "masco" que significa mágico.
A Mascote (Centopéia) teve todo este significado mágico, pois encantou os alunos que em suas narrativas lhe deram vida, manteve o interesse dos mesmos e foi um representante visual, um símbolo (brinquedo – boneco) que permitiu estabelecer redes de conexões para as diferentes temáticas e os mais variados assuntos e manteve aceso o desejo de aprender.
A Mascote permitia introduzir de forma "descompromissada" a construção de relatos e descrição de ações que promovem no ser humano a fantasia e possibilitam ainda resignificar os valores e os papéis sociais. Assim as crianças eram instigadas a escrever sem se “dar conta” num mundo do “faz-de-conta" em suas produções, aqui exemplificadas:
_ "A Centopéia sentou na cadeira ao meu lado enquanto eu fazia as lições".
Da mesma forma, instigava as crianças que inda não sabiam ler para que dominassem também o código de leitura e desse modo se sentissem inseridas na comunidade de leitores. É claro que nestes momentos eram auxiliados pelo professor ou por outro colega mais experiente, promovendo assim a auto-estima e a socialização do conhecimento.
Por ser uma turma bastante heterogênea havia os que não dominavam o código de leitura e escrita e eram incentivados a se expressarem através do desenho e que quando chegavam "lá na frente" tinham oportunidade de verbalizar suas ações e com isso também brincavam de ler e escrever e exercitavam a linguagem oral.
A centopéia também os acompanhava nas visitas que fizeram pelos diferentes ambientes da escola, pelo bairro, pela cidade quando visitaram o Planetário e nas aulas no Laboratório de Informática.
Na aula de informática motivou que dentre os 20 alunos, 14 optassem para construir seus Projetos de Aprendizagem sobre as estrelas, um dos assuntos abordados na história.(Parte do texto que justifica suas escolhas).
- Dona Girafa, diga-me, o que é aquilo tão bonito lá em cima?
- São estrelas, Dona Centopeia!
- E o que é estrela?
A mascote também aparecia "travestida" em embalagens de bolachas, balas de goma, sacos de bala que motivavam a resolução de problemas através do concreto e estimulavam o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático.
Enfim, sua imagem "era marca registrada" e estava presente em todos os cantos da sala de aula, inclusive no nosso abecedário.
A experiência nos ensinou que mesmo um boneco rude e tosco, sem grandes atrativos estéticos, mas carregado de significados para o imaginário infantil, pode ser o signatário e o desencadeador de um processo de aprendizagem permeado pela ludicidade.
1.1. Objetivo geral:
- Enfatizar a importância e a contribuição das práticas lúdicas no processo de ensino/aprendizagem.
1.2. Objetivos específicos:
- Utilizar o lúdico como aporte e suporte no desenvolvimento do letramento e da alfabetização.
- Priorizar o lúdico na introdução das diversas atividades desenvolvidas na sala de aula.
- Manter o interesse dos alunos em aprender, através de estratégias lúdicas.
1.3. Justificativa
Tudo começou com a leitura feita pela professora aos alunos da turma 122, do livro a "Centopéia que Pensava" de autoria de Herbert de Souza, o Betinho, com ilustrações de Bia Salgueiro.
A partir da leitura e interpretação da história, a professora pretendia promover a integração e a socialização dos alunos e, usá-la também como suporte e aporte para o desenvolvimento de atividades características do início do ano letivo tais como: Construção do Calendário, lista com nome de aniversariantes, visto que a história versava sobre diferentes atividades que a personagem (Centopéia) realizava em cada dia da semana.
Porém, surpresa mediante o interesse dos alunos frente às peripécias da personagem sugeriu, então, que construíssem uma centopéia. Jamais imaginou todo o fetiche que poderia advir dessa sugestão. Eis que um ser inanimado "cria vida" entre as crianças e gera toda uma emoção e comoção. Mediante todo este frenesi se estabelece a estratégia pedagógica: o boneco deveria permanecer na sala de aula e passar os finais de semana na casa de alguém. Quando retornava o aluno deveria fazer a leitura para seus colegas do que havia escrito.
Resolvi adotar esta idéia, levando em conta o interesse dos alunos e os relatos de colegas de curso através das participações dos fóruns das Interdisciplinas, nas apresentações dos Workshops, nos blogs, enfim nos diversos espaços virtuais que nos são disponibilizados no PEAD, característicos de um curso não presencial e que proporcionam a interação e a socialização de idéias, experiências e conhecimento.
Também já havia trabalhado esta história com outras turmas, mas não com as nuances e conotações lúdicas como ficou caracterizada com esta turma. O livro pertence a um de meus filhos que atualmente cursa Filosofia e ele sempre brinca dizendo que este foi seu primeiro livro de filosofia e que sou uma professora bastante ousada por incluí-lo em minhas práticas pedagógicas com criança pequenas.
Como um suporte a prática pedagógica de educadores há muito vem se discutindo sobre o lúdico e suas implicações no processo educativo. Muitas são as atividades lúdicas que podem variar de jogos, brincadeiras, contação de histórias, cantigas de roda, teatro de fantoches e de bonecos e a própria arte teatral em si, dentre tantas outras. Basta, portanto que o professor tenha sensibilidade suficiente para perceber quais as que melhor se adaptam ao interesse do seu grupo de trabalho naquele momento.
Uma aula lúdica não é necessariamente aquela em que os conteúdos são desenvolvidos através de jogos exclusivamente com essa finalidade ou sem finalidade alguma, mas é aquela em que todos se empenham em resolver as tarefas ou atividades propostas porque estão estimulados e interessados.
Exercitar a imaginação e a criatividade, estabelecer relações sociais e comportamentais, socializar idéias, conceitos, informações e aprendizagens e suportar o que não podemos compreender através da saga de um personagem, de uma mascote foi um a experiência única para a professora/estagiária, para o professor/orientador e para os alunos e que permitiu e contemporizar o lúdico dentro da sala de aula.

domingo, 5 de setembro de 2010

Refletindo sobre Letramento e Alfabetização.


Na definição de Bolter (1991) o espaço de esrit é "o campo físico e visual definido por uma determinada tecnlogia de escrita.isto significa que todas as formas de escritas são espaciais e exigem um "lugar" para que aconteçam e que para cada tecnologia corresponde um espaço de escrita diferente.
Esses espaços de escrita foram evoluindo com o tempo: no início uma tabuinha de argila ou a superfícier polida de uma pedra: mais tarde a superfície interna contínua de um rolo de papiro ou de pergaminho que o escriba dividia em colunas. Com o advento do códice surge a superfície bem delimitada da página inicialmete em papiro, pergaminho e finalmente a superfície branca da página de papel que predomina até os dias atuais.


O espaço de escrita também está subjacente com os gêneros literários e usos da escrita, assim na argila e na pedra não era possível escrever longos textos ou narrativas; com o surgimente do códice surgiram a escrita de vários gênerose também de longos textos.

Com a evolução tcnológica surge o computador e com ele o advento de um novo espaço de escrita: a tela de vídeo.

A escritana tela possibilita a criação de um texto difernte do texto no papel - o chamado hipertexto que é segundo Lévy (1999, p.56) "um texto móvel, caleidoscópico que apresenta suas facetas: gira, dobra-se e desdobra-se à vontade ao leitor". Em ou

O texto no papel é escrito de forma linear, sequencial, da esquerda para a direita, de cima para baixo, um página após a outra; o texto na tela é escrito e lido de froma multilinearmente-sequencial, isto é, acionando-se link.Em outras palavras, com um simples "clic" podemos localizar a informaão que desejamos no texto, e uma vez encontrada a informação que desejamos podemos ou não dar continuidade a escrita. Isto é, o texto termina na hora que o leitor quer.

Embora os estudos e pesquisas sobre os processos cognitivos envolvidos na escrita e na leitura de hipertextos sejam poucos, a hipótese é de que essas mudanças tenham consequencias sociais, cognitivas e discursivas. Muitos estudios já afirmam que esse novo modo de leitura e escrita se aproxima mais da mente humana que pode fazer várias conexões enquanto está lendo ou escrevendo e que também essa "novidade" requer também uma nova postura que a capacidade de selecionar e descartar informações.

Fazendo um linck com a minha aprendizagem pedagógica quando durante o estágio tive oportunidade de de construir um Pbwork com a turma para desenvolver um Projeto de aprendizagem percebi o editor de texto colaborativo como facilitadora do processo de alfabetização e letramento dos alunos; uma vez que permitia que toda vez que acessavam suas páginas surgia imediatamente frente a seus olhos o texto que já haviam construído o que permitia uma reeleitura e ao mesmo tempo a correção de informações ou a correção de erros de grafia.Além é claro da socilização do conhecimento.

FICA BEM CLARO QUE SOBRETUDO AS ESCOLAS PRECISAM DAR AOS ALUNOS O DIREITO DE ENTRAR NA REDE, PROMOVER DEBATES E JUNTAR-SE VIA INTERNET.


SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e escrita. LETRAMENTO NA CIBERCULTURA.

Artigo extraído da Interdisciplina de Alfabetização do EIXO II, que para mim que ingressei no ao de 2007, corresponde ao EIXO I.

Continuando a refletir sobre o TCC


N aula presencial do di 31/08, repentinamente resolvi mudar totalmente o foco do meu TCC. Ficando com isso decidido que o tema seria:
O USO DE UM EDITOR DE TEXTO COLABORATIVO COMO FERRAMENTA FACILITADORA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM.

E a pergunta seria:

COMO UTILIZAR UM EDITOR DE TEXTO COLABORATIVO COMO UMA FERRAMENTA FACILITADORA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM?

Após chegar em casa refleti melhor e decidi que o foco do meu TCC seria:

A AVALIAÇÃO DE COMO A UTILIZAÇÃO DE BONECOS PODEM ESTIMULAR A IMAGINAÇÃO E A DESCOBERTA E PERMITIR A INTRODUÇÃO DE UMA NARRATIVA EM DIFERENTES ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.

E a pergunta seria:

COMO OS BONECOS PODEM ESTIMULAR A IMAGINAÇÃO E A DESCOBERTA E PERMITIR A INTRODUÇÃO DE UMA NARRATIVA EM DIFERENTES ATIVIDADES?

Portanto, o meu TCC terá como foco a LUDICIDADE e após a decisião recebi do professor Elieo a maneira como dev ser estruturado meu trabalho, bem como lguma sugestões de leitura. Aproveitei então, o feriado e já escrevi a primeira versão da INTRODUÇÃO (sujeita a avaliação por parte do professor Eliseo)

Introdução

Muitos pesquisadores e estudiosos denominam o século XXI como o “Século da Ludicidade”. Diversão, prazer e entretenimento são condições extremamente requisitadas pela sociedade atual. E é bom compreendermos que apesar de o lúdico ser o modus vivendis próprio da criança também se faz presente no mundo adulto.
O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogo”. Felizmente a palavra não ficou confinada somente a esse conceito e recebeu outras imbricações que vão além do simples jogar, brincar, movimentar-se de modo espontâneo. Estudiosos perceberam seu valor pedagógico na aprendizagem e, embora, não seja a única alternativa para as soluções no ensino/aprendizagem, deve ser explorado em sala de aula como elemento enriquecedor e como fator de promoção da aprendizagem e do desenvolvimento da criança.
Através do lúdico a criança desenvolve o raciocínio lógico, à criatividade, a expressão oral e escrita, a expressão corporal, a operacionalidade de problemas matemáticos e, sobretudo de seus problemas e dificuldades na família, na escola e no convívio com os outros no seu dia a dia.
O lúdico promove a aprendizagem informal ou formal e pode acontecer dentro e fora da escola e contribuir para o desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade de forma fina e ampla, bem como no desenvolvimento das habilidades de pensamento: imaginação e criatividade. Neste contexto a construção de uma Mascote (Centopéia) atingiu a essas exigências, pois o personagem (brinquedo) deveria visitar as crianças no fim de semana seguia acompanhada de um caderninho em que deveriam fazer suas anotações e narrar os principais acontecimentos ocorridos neste período.
Além de conceituarmos o que seja lúdico para nos fazer entender faz-se necessário também dar a origem e significado da palavra Mascote.
A palavra MASCOTE surgiu na década de 1860 e vem do provençal “masco” que significa “mágico”!
Mascote, nome dado a um animal, pessoa ou objeto animado que é escolhido como representante visual ou identificador de uma marca, empresa ou evento com o intuito de vender uma idéia, uma mercadoria, um produto.
Neste contexto a construção de uma Mascote (Centopéia) teve todo este significado mágico, pois encantou os alunos que em suas narrativas lhe deram vida, manteve o interesse das mesmas e foi um representante visual, um símbolo (brinquedo – boneco) que permitiu estabelecer redes de conexões para as diferentes temáticas e os mais variados assuntos com o intuito de mantê-los desejosos de aprender, tarefa essa, considerada árdua para todo e qualquer professor devido à grande diversidade de interesses que predominam dentro de uma sala de aula. Atingir o nosso público alvo (alunos) e sensibilizá-los não para a compra de um novo produto qualquer, descartável, mas para o consumo de uma mercadoria valiosa, a aprendizagem, um bem durável, para toda vida e que poderá receber acréscimos e lhes trazer benefícios ao longo de suas trajetórias de cidadãos, eis o nosso principal objetivo.
Socializar idéias, conceitos, informações e aprendizagens e suportar o que não podemos compreender através da saga de um personagem, de uma mascote foi um a experiência única tanto para a professora/estagiária, para o professor/orientador e para os alunos e que permitiu contemplar e contemporizar o lúdico dentro da sala
http://www.webartigos.com/articles/21258/1/O-LUDICO-NO-PROCESSO-DE-APRENDIZAGEM/pagina1.html
http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra=mascote&id=1103ttp://www.profala.com/arteducesp140.htm
AS, Neuza Maria Carlan. Conceito de Lúdico