domingo, 27 de junho de 2010

Refletindo sobre os "finalmentes"!


O estágio terminou, mas as atividades do PEAD ainda continuam e eu passei o final de semana às voltas com a construção do Workshop.Sou assim, gosto de escrever devagar, pensando, refletindo, tentando fazer o melhor possível, mesmo sendo a primeira versão.
O texto está pronto, mas ainda preciso revisar a bibliografia, ou melhor, a maneira correta de fazê-la, pois ainda tenho dúvidas a respeito. Essa foi uma das questões que me foram cobradas pelo professor Eliseo durante o estágio e que ainda não estão bem resolvidas, mas que ainda há tempo para tal.
Também o prof Eliseo surpreendeu-se quando em uma das minhas reflexões comentei que tinha muita dificuldade em fazer um planejamento semanal. Ele espantou-se com tal afirmação e disse que gostaria de saber como planejava antes minhas atividades.
Sempre tive, digamos assim, um caderno onde rabiscava alguns objetivos e atividades soltas que não estavam atreladas a uma temática específica e inter-relacionadas. As ações planejadas e com intencionalidade facilitam a atuação do professor; antes percebia o planejamento como fator limitador de ações, agora o percebo como um facilitador de ação/reflexão no processo de ensino/aprendizagem.

O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações (PADILHA, 2001, p.30).

domingo, 20 de junho de 2010

Reeleitura de FUTEBOL da série meninos de Brodósqui de Cândido Portinari


Com esta reflexão termino oficialmente meu estágio. Esta semana foi planejada em cima da temática do evento da Copa do Mundo e há muito que explorar sobre o tema. Mas há horas estava com vontade de trabalhar com a releitura de uma obra de arte e esta foi há oportunidade para tal. Foi um momento muito rico. Começamos assistindo um pequeno documentário sobre a vida e obra de Cândido Portinari, depois tivemos um segundo momento já na sala de Artes em que as crianças manusearam alguns livros que falavam sobre sua vida e continham muitos de seus quadros.
Por último passamos a fazer considerações sobre o quadro “Futebol”, da série meninos de Brodósqui de Cândido Portinari para que em qualquer nível o ensino de Artes possa abranger tanto a construção da linguagem visual quanto contribuir para que as crianças acreditem que trabalhar com formas, cor, espaços, volumes, materiais não seja somente um “privilégio” do artista, mas uma aprendizagem que depende do seu olhar sobre o que vê ou imagina; e, finalmente, que possam elaborar uma linguagem própria para expressar e representar a leitura de suas relações com o mundo.
É óbvio que isso ficou evidenciado em suas produções até porque o assunto futebol está muito relacionado às suas vidas, pois ainda em suas vilas possuem este espaço para jogarem suas “peladas” de forma descontraída só que com algumas diferenças conforme verbalizações do menino Vitor:
- No quadro as traves são de madeira e no “campinho” onde jogamos são de ferro.
- Lá perto de onde jogo tem cavalos e tem postes de luzes, só que os cavalos ficam amarrados no poste comendo as gramas, diferente do quadro em que o cavalinho está dentro do campo.
“Olha aí, os alunos fazendo comparações entre as semelhanças e diferenças entre a obra de arte e o cotidiano de suas próprias vidas”.
Uma proposta de ensino multicultural deve preocupar-se em compreender os objetos estéticos dentro de sistemas simbólicos culturais mais amplos, dando lugar às abordagens contextualistas, instrumentalistas e interdisciplinares para o estudo da arte. Obras de artes, nesta perspectiva são representações sociais, portanto, constitutivas de visões de mundo de determinados grupos sociais. (Hernandez, 2000).

A partir da vivência da criança com a arte, torna-se mais fácil ensiná-la a viver a arte, compreender os motivos e estilo do artista e pode-se dizer que dessa maneira, a criança entra em contato com as grandes teorias, sem necessidade de ler os teóricos, o que não lhe adiantaria de nada se realmente não entendesse o que significa arte, onde e de que forma pode ser apreciada
. E o professor deixa de lado o estilo que ainda predomina nas escolas em que o ensino de artes não passa de uma rotina de repetições de técnicas, detalhes e orçamentos para celebrações com agora está acontecendo com as festividades da copa do mundo.
Para Barbosa, “Multiculturalidade não é apenas fazer cocar no ‘Dia do Índio’, nem tampouco fazer ovos de Páscoa ucranianos ou dobraduras japonesas ou qualquer outra atividade clichê de outra cultura”. (Barbosa, 1998, p 14).
Esta atividade resultou no interesse dos alunos por outros artistas e suas obras de arte e que poderá ainda ser abordados durante o ano.


BIBLIOGRAFIA
HERNANDEZ, Fernando. Cultura Visual, mudança educativa e projetos de trabalho, Porto alegre: Artes Médicas, 2000.
BARBOSA, Ana Mãe, Tópicos utópicos. Belo Horizonte, C/ARTE, 1998.

domingo, 13 de junho de 2010

COMENTANDO A NOVIDADE



Esta semana realizei uma atividade bastante interessante com os meus alunos que tem como objetivos:
-Construir o conceito de sombra através de uma atividade lúdica, prazerosa e criativa como sensibilização nas construções de dúvidas e certezas instituídas nos Projetos de Aprendizagem.
- Oportunizar o desenvolvimento do conhecimento através do raciocínio lógico e investigativo.
Para desenvolver esta atividade, inicialmente, a professora irá trabalhar com os alunos a interpretação do texto a “As amigas e as sombras” de Augusto Magalhães como sensibilização para a tarefa que procede.
Em seguida, convidará os alunos para irem até o pátio da escola e formarão grupos com até 3 participantes e orientará para que brinquem de sombras com uns quinze minutos de exploração livre.
Em sala, fornecerá a cada grupo um conjunto de figuras geométricas conforme indicadas na Interdisciplina Representação do Mundo Pelas Ciências Naturais.
Depois a professora os reunirá e solicitará que obtenham sombras iguais com dois recortes diferentes e, na sequência, que associem duas figuras diferentes para formar outras sombras.
Enquanto os alunos estarão empenhados em obter sombras a professora poderá propor alguns questionamentos:
- Para haver sombra é necessário haver luz?
- Sombra é o mesmo que escuro?
- O claro e o escuro modificam nossas atividades diárias? Há atividade que são feitas no claro. E no escuro?
- Dê exemplos de fenômeno da natureza que ocorrem no claro e no escuro.
- Qual a importância das sombras na natureza. Cita alguns fenômenos em que se percebe a sua importância?
- A sombra de uma árvore, por exemplo, é igual durante todo o dia?
Na volta à sala de aula a professora deverá sugerir que escrevam no quadro o que significa sombra para eles. Eis o que surgiu:
SOMBRA é quando não tem sol. Ela é fria e um pouco escura. Ela tapa o sol. Colocamos papel na frente do sol para formar desenhos. Os desenhos que formamos: borboleta, garrafa, coração, nuvem são sombras.
Donde se conclui que devemos procurar novas alternativas pedagógicas que tratem a Ciência como processo contínuo de construções de conhecimentos e verdades provisórias. Portanto, não se ensina Ciências, se constrói Ciências, junto e em parceria com os alunos e na interdisciplinaridade com outras áreas do conhecimento ( História, Geografia, estatística, etc...)
E enquanto professores:
“Temos o desafio de criar situações limites para as explicações de nossos alunos, quando as consideramos insuficientes de forma a construir um clima favorável à busca de novas informações”. ( Giordan, 1966).

MATERIAL USADO A SER USADO

2 quadrados de 10 cm, 1 em cartolina branca e, o outro, em cartolina preta, 2 quadrados de 5 cm com as característica dos anteriores. Dois círculos com 10 cm de diâmetro um em cartolina branca e, o outro em cartolina preta e mais 2 com 5 cm de diâmetro com as mesmas cores usadas nos anteriores. Dois retângulos de 10 cm de comprimento por 5 cm de largura, um em cartolina branca e, outro em cartolina preta..


Quanto à Educação quando reaproveitavam garrafas plásticas para construir brinquedos ou objetos como porta-canetas ou suporte para para papel higiênico; conscientização e preservação são possíveis com pequenos gestos.Ambiental (EA) mote da temática desta semana,segundo vários autores, ainda encontra-se sendo sistematizada. Esse é um campo novo, tem sua origem na década de 70 com os movimentos ecológicos que vêem aos poucos se consolidando através de propostas e programas internacionais.
Embora seja um campo de estudo presente no cenário educacional muito precisa ser feito para uma formação adequada dos educadores. Entre os próprios educadores ambientais brasileiros, é presente o consenso de que
“as discussões em torno da EA ainda não chegaram à criação de princípios ou critérios suficientes para uma prática educacional, dirigida para a conscientização em relação aos problemas ambientais...” (FLICKINGER 1994, p. 198).

Educar o indivíduo para o convívio harmonioso com os outros e com o meio ambiente onde vive é dever do educador, e isso é consenso em EA. E eu vi esse objetivo concretizado nos gestos de meus alunos preocupados em recolher os papéis jogados no chão e manter a Escola limpa, quando reaproveitavam garrafas plásticas para construir brinquedos ou objetos como porta-canetas ou suporte para para papel higiênico; conscientização e preservação são possíveis com pequenos gestos.


BIBLIOGRAFIA

PIVA, Adriana. A DIFUSÃO DO PENSAMENTO DE EDGAR MORIN NA PESQUISA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL.

RUSSEL, Teresinha Dutra da Rosa. REPENSANDO O ENSINO DE CIÊNCIAS A PARTIR DE NOVAS HISTÓRIAS DA CIÊNCIA.

domingo, 6 de junho de 2010

Construindo a Novidade!


Conforme mencionado no planejamento, a aula do dia 02/06 foi alterada com a visita no Planetário onde as crianças assistiram a história do “Burrinho Biriba” que morava numa fazenda e foi abandonado pelas crianças na noite de Natal e então se encontra com uma estrela e começa sua ventura numa noite de céu estrelado...

Sair do espaço limitado da sala de aula, embarcar num ônibus e fazer um passeio pela cidade é uma experiência única e gratificante que envolve professora, alunos e pais e que concretiza uns dos objetivos previstos no planejamento da aula de segunda-feira em que um pai deveria vir falar sobre seu tempo de aluno na escola. Como não compareceu, o objetivo acabou se concretizando através da presença três mães que juntamente com a professora acompanharam os alunos durante a visita.

Alguns comentários e falas dos alunos durante o passeio merecem ser registradas, pois revelam suas aprendizagens concretizadas em momentos anteriores (quando da visita pelo bairro), bem como, as construídas durante a visita propriamente.
Quando estávamos parados numa sinaleira a aluna Amanda falou:
- “Isto é um cruzamento”. É mesmo respondeu o Juliano, as ruas formam uma cruz.
Quando estávamos retornando e o ônibus contornava o quarteirão da escola falavam:
- Estas são as ruas Upamaroti, esta é a Jataí e essa é a rua do colégio e logo o Thomas acrescentou é a Inhanduí!
Da visita propriamente dita, sugiram os comentários:
- “O sol também é uma estrela”. (ainda não haviam descoberto, espero que anotem isso em seus Pbworks, na aula de quarta-feira).
E o Juliano repetiu vários vezes durante o trajeto de volta:
- “A lua é um satélite da terra”.
- “A terra é um planeta, mas existe um planeta, com anel. Como é o nome e dele prof, perguntou o Alessandro?
A visita foi realizada com o intuito de que as crianças possam esclarecer dúvidas e certezas construídas em seus PBworks sobre as estrelas e também possibilitar com isso a construção de novos conhecimentos.

A teoria sociocultural de Vigostsky sobre a aprendizagem enfatiza que a inteligência humana provém da nossa sociedade ou cultura e que ocorre em primeiro lugar através da interação com o ambiente social. A criança desenvolve-se e aprende naturalmente, porém poderá desenvolver-se e aprender mais, se for auxiliado pelo professor e também em contato com um par mais capaz; que Vigotsky denomina de “zona de desenvolvimento Proximal”. A ZDP pode também incluir outros artefatos tais como programas de computador, livros e materiais de caráter científico.

Acredito, que essa visita tenha sido de cunho social e também de caráter científico, contemplando pois,assim, as idéias de Vigostsky e ao mesmo tempo contribuindo para o desenvolvimento cognitivo dos alunos e também da professora que na pedagogia de Projetos de Aprendizagem é tão aprendiz quanto os alunos.

BIBLIOGRAFIA


Aprendizagem Colaborativa Assistida por Computador disponível em:
http://www.uevora.pt/cscl/. Acesso em 04/06/ 2010.