domingo, 24 de outubro de 2010

Reflexões sobre a prática pedagógica


Acho que hoje devo contemplar reflexões que remetam as mudanças de práticas no fazer pedagógico, por isso me reportar ao texto de Maurice Tardif que menciona no texto Saberes, Tempo e Aprendizagem do Trabalho no Magistério, que os saberes do professor se confundem com o “saber-fazer” e que eles acontecem também através das trocas entre os pares.

Pois bem, não é necessário dizer que estes dias tem sido de leituras e buscas intensas através de material para podermos argumentar através de aportes teóricos argumentos que justifiquem nossos atos pedagógicos. Tem sido um verdadeiro passeio nos Blogs, no ROODA e nos textos disponibilizados pelas Interdisciplinas. E eu gosto disto porque nos permite rever conceitos e ampliar aqueles que já estão arraigados no nosso fazer pedagógico.

Neste passeio pelos diversos ambientes virtuais que nos são proporcionados e característicos de um curso a Distância me deparei com um texto que dizia o seguinte:
"Voltando a sala de aula, utilizava jogos com meus alunos esporadicamente e, eram utilizados somente pelos alunos mais rápidos que ficavam jogando, enquanto eu dava atenção para aqueles que não haviam terminado suas tarefas, ou nos dias de chuva em que havia poucos alunos na aula.
Tardif nos fala que por mais que tentamos negar, também nós professores trazemos para a sala de aula, assim como nossos alunos, as nossas experiências e vivências sociais e culturais e que também temos a tendência de repetir atos e atitudes de nossos professores. Neste sentido se entende minha atitude até então frente a estratégia pedagógica dos lúdico, pois a professora que mais me marcou foi a do 2º ano que brincava e jogava forca conosco nos dias de chuva. Esta professora de qualquer modo contemplava o lúdico em sala de aula que me marcou de tal maneira que quando entrei na sala de aula como professora tentei de certa forma reproduzir seu fazer pedagógico porque ele havia me marcado positivamente.

Mas, Tardif nos fala também que nosso pensar e nosso modo de trabalhar evolui através das trocas e interações realizadas entre os pares e também nos cursos de formação que vamos fazendo ao longo da nossa trajetória profissional justificada por mais este texto:

"Confesso que não entendia como jogos de dama, xadrez, banco imobiliário; brincar de casinha, carrinhos, boneca pudessem estar presentes na sala de aula e auxiliar na aprendizagem e no desenvolvimento intelectual e emocional do aluno. De uns dias para cá, estes jogos já estão incluídos, juntamente com os jogos pedagógicos".

E conclui dizendo o seguinte:

"Trabalhar dessa forma exige disposição física e emocional do professor, às vezes, cansa, mas ao mesmo tempo, desestressa tanto o professor como o aluno, aproxima o professor dos alunos, melhora o relacionamento entre o professor e os alunos e entre os alunos e, sobretudo, sociabiliza o conhecimento e as trocas são feitas de maneira efetiva, sempre acompanhadas de perto pela professora que questiona ou interfere, quando necessário e que também joga quando possível, pois ainda sua presença ainda se faz necessária nos vários grupos constituídos".

Eu diria que os fazeres do professor se fundem com os seus saberes agregados as suas trocas e aprendizagens realizadas nas interações durante sua trajetória como profissional da educação e também se aperfeiçoam ao longo do tempo. Tanto que tive a ousadia de ir além e contemplar e contemporizar o lúdico na sala de aula através da saga de um personagem, de um boneco.

Podemos afirmar que esta foi uma experiência carregada de emoções e de descobertas e recomendamos a todos os profissionais da educação que favoreçam as práticas lúdicas na dinâmica de suas aulas, pois com certeza resultarão em alunos mais envolvidos, mais interessados, motivados e integrados no processo de aprendizagem. Sempre fica aquele “gostinho” de quero mais, como por exemplo, aconteceu quando trabalhamos conceitos sobre identidade em que o aluno V declarou que aquela aula fora muito boa. Expressões como estas animam e gratificam o professor e lhe dá a certeza que está no caminho certo, motivando-o cada vez mais na busca de novas e instigantes estratégias que contemplem o aprendizado de seus alunos.

TARDIF, Maurice. Saberes, Tempo e Aprendizagem do Trabalho no Magistério

Um comentário:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Neuza querida,

O jogo é uma característica do comportamento infantil e a criança dedica a maior parte de seu tempo a ele. Piaget (1998) acredita que o jogo é essencial na vida da criança. O jogo é, por excelência, integrador, há sempre um caráter de novidade, o que é fundamental para despertar o interesse da criança, e à medida em que joga ela vai se conhecendo melhor, construindo interiormente o seu mundo.


Bjsss